terça-feira, 20 de dezembro de 2011


OS EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA MÚSICA

por Weber Malcher - webermalcher@hotmail.com



Música é música. Barulho (esse barulho que concordamos de chamar de música) é outra coisa, mas não é música. Esta é a primeira distinção que faço da verdadeira música, da música de qualidade, da música sem qualidade.

Vamos voltar no tempo e considerar primeiramente a etimologia da palavra música:

música (do 
grego μουσικήτέχνη - musiké téchnea arte das musas) é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo uma pré-organização ao longo do tempo.

É considerada por diversos 
autores como uma prática cultural e humana. Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função.

Observe o texto acima: " sons e silêncio". Não é sons e barulho. É do silêncio que Beethoven "ouvia", os sons para transformá-los em sinfonia. Na realidade, como ele era surdo, ele não ouvia, ele via o som, pois o som tem cor, cheiro, é um energia que se manifesta em sua dimensão própria. Mozart, por sua vez, só tinha o trabalho de ver e escrever as notas musicais no caderno. Schubert dormia de óculos, pois quando acordava ia diretamente para o caderno escrever o que tinha visto ou ouvido na dimensão musical.

Não vamos nos alongar muito sobre o tema, portanto, quero justificar o título desta matéria, ou seja: os efeitos positivos e negativos da música:

Efeitos positivos:

1. Quando ouvimos uma música de qualidade, uma 5ª. ou 9ª. Sinfonia de Beethoven, um Danúbio Azul, todas as nossas células, todo o nosso ser biológico, todos os nossos corpos dimensionais se organizam, se revigoram, se fortalecem, se extasiam, se refrescam e causa um bem estar.

A Música Clássica dos Grandes Mestres geram espiras prateadas e douradas que envolvem todos os nossos corpos. A base da música é o ritmo, a melodia e a harmonia. Essa é uma das primeiras lições que se aprende em teoria musical. Mas é mais profundo,pois o ritmo, a melodia é a harmonia são os pilares onde se assentam toda a Criação do Universo. O que sustenta o Universo é um SOM (o Verbo).
Aquela passagem bíblica  "faça-se a Luz e a Luz se fez"... é a descrição de um SOM para organizar o Universo, e isso faz parte da existência celular do ser humano.

2. Quando ouvimos uma música de batida, de pegada ( forró, pagode, batida, balada, música de paixões e outros ritmos alucinantes), há uma  alteração do ritmo cardíaco (é só observar), a adrenalina dispara e acelera o coração. Sabe por quê? Porque o sistema glandular não faz distinção se é uma "música" que está tocando ou se é uma situação de perigo, de risco. Somente esse fato do sistema glandular não fazer a distinção, pois entende que é um momento de perigo, prejudica a saúde. É muito pior do que você comer alguma coisa que lhe faça mal.

Essas músicas são feitas com uma intenção: atingir do umbigo pra baixo. É só. É muito comum para quem vai para uma festa desse gênero, no dia seguinte estar com forte dor de cabeça e outras coisas mais. O próprio ambiente fica impregnado de uma energia eletro-magnética negativa, o ar fica também "contaminado". E depois não sabemos a causa de determinadas doenças. Adoecemos porque desobedecemos à Lei, deixamos que a "curtição nos devore". É claro, para onde vamos- trabalho, ônibus,comércio, em nossos próprios lares somos obrigados a ouvir música que não gostamos. Então, o que fazer? É só desligar o nosso rádio interior. A vontade é soberana.

Por outro lado, existem músicas que elevam o padrão vibratório de uma nação, como por exemplo: O Hino Nacional. O Hino Nacional Brasileiro é para ser ouvido diariamente, pois sua energia é de uma potencialidade muito elevada. Lembre-se: quando você eleva o seu padrão vibratório, o padrão vibratório da nação também se eleva.

Ouça boas músicas, fuja do barulho (desse barulho que concordamos em chamar de música), pense saúde para a sua vida e para a sua família. Eduque seus filhos a ouvir boa música.

2 músicas:

DANUBIO AZUL
http://www.youtube.com/watch?v=20iYTr1PSEo

9a, sinfonia ( do filme O Segredo de Beethoven)
http://www.youtube.com/watch?v=tpGSzH0Wlls&feature=related

Weber Malcher - Escritor, membro da União Brasileira de escritores (UBE-AM), Rosacruz(Amorc), Pesquisador e Estudioso de culturas ancestrais, Astrologia Kármica e Numerologia Cabalística.

domingo, 25 de setembro de 2011

ELENIN OU NIBIRU?


Resisti até cinco minutos atrás a redigir sobre este tema. São fotos e matérias demais, blogs, sites, fóruns, especulação demais – considerei - para que eu também queira dar o meu pitaco. Até porque meu enfoque se prende à perspectiva espírita, e a razão é evidente: a inevitável comparação do famoso cometa, ou seja lá o que for, com o planeta Nibiru, anunciado por profecias e aguardado com ansiedade para estes tempos turbulentos em que vivemos.
 Efetivamente, consta em obras espíritas como Exilados da Capela, de Edgar Armond e A Caminho da Luz, do espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, menções a acontecimentos semelhantes em outros quadrantes cósmicos, de exílio em massa de espíritos de um para outro orbe primitivo em épocas críticas, bem como noutros volumes a previsão da proximidade, para os tempos atuais, de um corpo celeste de padrão vibratório denso, que haveria de magnetizar para o seu bojo, gradativamente, no decorrer das desencarnações sucessivas ao longo dos anos, aqueles dentre nós que, ainda involuídos no âmbito espiritual e da moralidade cósmica, se sintonizassem espontaneamente com o habitat ainda primitivo deste corpo celeste.

Ontem acessei dois vídeos dos palestrantes Alexander Retrov e Krystal. Como seria natural, diante do enfoque utilizado ante uma plateia restrita de algumas pessoas em estado de pasmo na Austrália, espantei-me até onde pude no primeiro momento. Porque dividiram o tema em duas partes. A primeira, abordando o aspecto estritamente material do caso (vide links no final do artigo): as catástrofes crescentes para daqui até novembro, afirmando sem cerimônia ser o astro nada menos do que Nibiru! Na segunda parte, Krystal nos convida às considerações mais amenas (e, ao meu ver, mais válidas) sobre como isolar nosso medo, agindo em função de quem de fato somos no nosso Eu mais elevado, o Amor incondicional.

Acontece que, após o susto, e ter que admitir, após algumas pesquisas no Google, que em cada data mencionada de alinhamento do astro com o sol ou a terra houve mesmo um terremoto ou cataclismo (vide o do Japão, exatamente em 16 de agosto último), nas horas seguintes fui considerando sobre se era coisa produtiva, assim, em cima da hora, dois palestrantes abordarem deste modo impactante um tema tão controverso, aconselhando enfim as pessoas a fazerem buracos no chão e estocarem água e alimento (já que afirmam que o sistema financeiro mundial, de setembro em diante, literalmente irá rachar!), diante de gente visivelmente vulnerável, leiga sobre o assunto, e sabe-se lá até que ponto preparada emocional e psicologicamente para filtrar com a devida racionalidade a informação, e reagir de acordo.

Lembremo-nos, amigos, que devido a um contexto parecido anos atrás houve um episódio catastrófico de suicídio coletivo por pessoas que acreditaram piamente na velha e recorrente ameaça do "fim do mundo"!

Há, indubitavelmente, e principalmente na posição de formadores de opinião, que se ter cautela com o perfil espiritual de cada ser que nos procura em busca de informação, porque o simples afã de se "contar a verdade que não está sendo dita" - e nem ao menos se pode afirmar com segurança que esta é, de fato, a verdade final! - não justifica que se moleste indiscriminadamente o universo emocional das pessoas, para o que talvez não se vejam preparadas para enfrentar com serenidade. E isto, considerando-se a veracidade integral das notícias anunciadas; que se dirá, então, de fatos a respeito dos quais, arrisco mesmo a afirmar, nenhum dos expositores e debatedores ao  redor do mundo tem a resposta final, para assegurar a quem quer que seja o que, de fato, é Elenin, ou o que ocorrerá realmente durante o período de sua influência magnética no nosso sistema solar!

Que Elenin existe, existe. Que coincidem seus alinhamentos planetários com as datas dos eventos catastróficos desde o ano passado, isto é fato, e pode ser pesquisado e comprovado por qualquer um de nós, mais interessado. Que, também, há coincidências inegáveis entre a história deste cometa e o contado pelo interessante filme Impacto Profundo, exibido nos idos de 1998, basta conferir para se atestar a evidência. Mas daí, meus queridos, a se noticiar, a partir destes fatos isolados e ainda isentos da liga definitiva, que a partir de 26 de setembro, segunda-feira, o planeta Terra, nosso lindo mundo azul, vai rachar ao meio, e de resto em meio a uma disputadíssima guerra entre reptilianos e os da quinta dimensão que tentam nos salvar... é forte! Bem como, também a partir disso, se assegurar que toda canalização feita com Ashtar Sheran e outros seres das dimensões superiores não passa de um comunicado do próprio eu superior de cada canalizador, e que tudo isto é ilusão, é arriscar demais num território de domínio para além das realidades restritas de nossas percepções neste mundo!

Há, sim, na longa palestra, a única menção que considero de todo sensata: à atuação soberana da lei de causa e efeito, o que vem depor contra toda a ideia mal formada das realidades do Karma e de punição e castigo divinos. Devemos, sim, compreender que nos situaremos mais à frente, com ou sem fim do mundo, segundo nossas mínimas escolhas de cada minuto!

De fato, se o mundo está a bagunça generalizada que observamos na atualidade, apresenta-se não mais não menos que com o panorama resultante de nossas próprias diretrizes. Ruas sujas por causa da pouca educação de uma população. Países em guerra pela razão aparentemente simplista de não conhecerem ainda, os dirigentes dos povos, soluções mais sábias e menos agressivas para a resolução de todos os problemas. Ar poluído, mentes adoecidas em violência e horror, por ter se viciado uma humanidade inteira a banalizar o valor da vida existente em toda a manifestação do Criador no planeta!

E obviamente, por sintonia, isto traz consequências de impacto crescente.
 Portanto, a meu ver, não nos importa mais aqui, nesta hora crítica, ser ou não ser o visitante celeste, que tanta celeuma vem causando na ebulição virtual do nosso cotidiano diminuto ante as grandiosidades cósmicas, Nibiru, uma anã marrom, um asteroide ou uma nave tripulada sucedida de tantas outras a caminho de algum impacto de ordem material ou social insuspeitados pelos nossos povos. Interessa, sobretudo - e isto mais de perto, tanto a leigos quanto aos entendidos dos temas Nibiru/Elenin - conhecer melhor a respeito de nosso atual estado íntimo. Nós mesmos!

O que andamos construindo paulatinamente para nós? Eis o que nos situará no bom ou mal capítulo seguinte, com ou sem "final dos tempos"!

 
http://www.youtube.com/watch?v=4hKnUKUGYkg&feature=player_embedded http://www.youtube.com/watch?v=fBcBWLe166A&feature=related

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Lançamento do livro "ECOS NA ETERNIDADE"


Esther conheceu algumas de suas reencarnações, após desencarnar na época da Segunda Guerra Mundial, nos campos de concentração de Auschwitz, depois de ser brutalmente separada dos pais e dos irmãos.

Em ECOS NA ETERNIDADE, o espirito Tarsila, pela psicografia de Christina Nunes, convida-nos a um aprendizado na espiritualidade sobre como podemos refazer nossos caminhos a fim de conquistar a autêntica felicidade no futuro.

Um lançamento da Lúmen Editorial

Seção de autógrafos com a médium Christina Nunes no dia 03 de setembro de 2011, às 18 horas, na XV Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro, Rio Centro, Pavilhão Verde, stand da ADELER - Editoras Espíritas Reunidas.

Compareçam!

sábado, 20 de agosto de 2011

DESAPEGO...

DESAPEGO...

Quando lá ia eu toda contente com o meu novo horário de trabalho, entrando pela manhã e saindo à tarde, vai a Justiça e revê as suas determinações, devolvendo-nos à velha rotina de se entrar às onze da manhã e sair às seis ou sete horas da noite!

Não me pegou tão despreparada, nem me deixei arrebatar por inconformação, porque já faz tempo que a vida me conduziu à sábia aplicação daqueles refrões da legendária canção de Lulu Santos: "Nada do que foi será / de novo do jeito que já foi um dia / Tudo passa, tudo sempre passará / A vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito / Tudo se vê não é / de novo do jeito de há um segundo / Tudo muda o tempo todo no mundo / Não adianta fugir / nem mentir pra si mesmo agora / Há tanta vida lá fora / aqui dentro, sempre / Como uma onda no mar!

Desapego, meu caro leitor ou leitora! Como nos é útil, e ao mesmo tempo tão difícil em muitos momentos! E em relação a mais coisas do que talvez você imagine!

Imprescindível esta concientização, para adotarmos um modo de se viver mais leve!

As mudanças, por vezes bruscas, nas circunstâncias de trabalho! As guinadas familiares. As transformações naturais que arredam para longe de nós pessoas e situações confortáveis às nossas comodidades e preferências...

O amigo que se foi. O parente que fez a passagem... A mudança de comportamento gradativa nos nossos filhos... As modificações diárias, imperceptíveis, no nosso próprio corpo e temperamento, conduzindo-nos paulatinamente, da infância à juventude, e daí à maturidade e à velhice...

Como ficaremos, se nos apegarmos ferrenhamente à coisas, pessoas, e às características transitórias de momento?

E de que nos adiantará, eu lhes pergunto, meus amigos, este esforço?!

Será o mesmo que se tentar reter o ar entre os dedos!

Sem que nos apercebamos, o apego é um dos fatores desencadeadores de sofrimento mais recorrente! Porque nos apegamos a objetos, pessoas e condições! Enchemo-nos de verve para proclamar que somos isto ou aquilo, ou que temos isto, aquilo, ou alguém... Nomes e títulos.

Circunstâncias!

E então, as ondas impetuosas da vida nos colhem de improviso, de tempos em tempos, arrastando para longe tudo aquilo que tomávamos como sustentáculo, como identidade e referência de vida, emprestando-nos a sensação de que nos falta o chão!

Os títulos, dadas vezes os perdemos, ou eles mesmos se esvaem, de si, de importância ou utilidade. As pessoas ficam durante um tempo por perto e depois se vão, de um ou de outro modo: por vontade própria ou do destino, pela passagem da morte, pelos lances ocasionais que as situam longe de nós.

Objetos se desgastam, se quebram, ou se perdem. Posses mudam de feição ou de mão. O carro vai para outro, a casa é herdada por aquele, ou nos mudamos dela. Pessoas novas chegam, outras se vão. O dinheiro "quica" em nossas contas bancárias, para logo depois se transmudar em pagamento de contas ou em compras de mercado, que logo são consumidas e somem...

Finalmente, apegamo-nos a nossos nomes, famílias, e países. Mas, quantos nomes já tivemos, com quantas famílias convivemos, e em quantos países reencarnamos durante o percurso pela eternidade?!

O ser humano comete o erro temerário de visão de se considerar intrinseca e definitivamente branco ou negro, pardo, brasileiro, paulista ou ingles, e nunca lhe ocorre que o limite inexorável destas referências de identidade, às quais tanto se apega, e que lhe deveriam funcionar não mais como utilitarismo de momento, é o túmulo!

Sim! Eis o fatal divisor de águas, a partir do qual desaguamos na realidade mais autêntica de nós mesmos e de tudo!

Somos cidadãos universais! E, em nosso belo planeta azul, deveríamos nos considerar não muito mais ou além de meros habitantes de uma mesma raça planetária: a raça humana!

Tudo o mais, leitor e leitora amiga, são fogos fátuos, que nos hipnotizam durante um momento mais ou menos breve, emprestando-nos a ilusão de posse e de permanência, para, nalgum momento inevitável logo ali, se esvair de nossas vistas e alcance, sem apelação!

Não quero significar com estas assertivas que devemo-nos imbuir de frieza e isenção de sentimentos para com a nossa situação, e para com aqueles que nos acompanham, porque todo este contexto de coisas, fatos, paisagens e pessoas representam valioso presente da Vida com que interagimos em compasso de evolução conjunta. Merecem, sem margem a dúvidas, reverência!Amar ao próximo como a si mesmo, e a Deus sobre todas as coisas!, já nos asseverava o Cristo com esta máxima, que é o próprio mantenedor do equilíbrio da Vida no Universo! Todavia, não se deveria jamais confundir amor com posse. Em princípio, porque não somos donos de nada nem de ninguém, e mais cedo ou mais tarde descobriremos esta verdade, pelos caminhos da dor ou da sabedoria!

A mãe, ou os filhos, maridos e esposas, quem seja... um dia se vão! Então, procuremos amá-los na sua presença ou na sua ausência, mas de forma sábia: reverenciando-os, naquele recanto sagrado de nossos corações! Compreendendo-os, o mais possível. Convivendo de maneira harmoniosa, e auxiliando-os - mas sempre compenetrados da necessidade de isentá-los de possessividade doentia, e de se entender de que são, eles, como nós mesmos, filhos da Vida! Vida concedida por este mesmo Criador dos mundos, porque é para Ele que todos somos destinados!

As situações, as contingências, bons e maus momentos, vêm e se vão. Deixemos que partam, sem maiores dores ou constrangimentos. Sejamos agradecidos. Certamente, nos legaram a sua cota preciosa de amadurecimento...

Amigos ou amores nos deixaram, desapareceram nas curvas do longo caminho? Foi um aprendizado mútuo. Irradie o seu carinho, a sua gratidão! Quase certo que um dia a Lei da Sintonia nos reunirá novamente, para instantes de alegria e efusões de afetividade! Mas, por enquanto, os caminhos da liberdade e do livre-arbítrio nos reservam novas lições. Renovadas oportunidades de crescimento e de aprendizado!

E isto vale, meus queridos, tanto para os que nos deixam para a continuidade da vida noutras esferas ou dimensões, quanto para coisas, fatos, situações, condições passageiras de agora. Não somos nada definitivo, não temos nada em definitivo.

A Vida nos empresta tudo! Mas a única coisa que permanece é esta mesma Vida em nós, em forma de consciência!

Viemos sem nada a este mundo; e, na despedida dele, carregaremos apenas a nós mesmos! Mas não os nossos nomes, profissões, posses e títulos! Isto de nada nos serviria nos parâmetros radicalmente diferentes nos quais seremos chamados a viver. Devolveremos a este mundo o que este mundo nos emprestou!

Carregaremos, quando muito, o que somos, em essência. O tanto que dedicamos e continuaremos dedicando em contribuição à Luz da Vida. Quando muito, talvez preferências sutis, mas também passageiras. Afinidades pessoais, que tendem a se modificar, ou a se expandir!

Nossas atitudes, sentimentos e iniciativas nos situarão no palco do capítulo seguinte. Eis tudo!

Não somos, não temos, nem retemos nada, meus amigos - num universo onde, eterna e paradoxalmente, o Criador nos herda com tudo!


terça-feira, 16 de agosto de 2011

SE FOR PARA O BEM...

campo

"Se for para o bem, acontecerá..."

Ouvi de minha cunhada esta frase algumas vezes, e nunca a esqueci, porque contém, em poucas palavras, muita sabedoria.
Hoje, voltando do trabalho, após um período longo de agitação, reparei que o céu já escurece mais tarde.

É sempre assim, pontualmente, na segunda quinzena de agosto. A Terra prossegue no seu rodopio solene. A estação, devagarzinho, vai mudando, e nos aproximamos um pouco mais da primavera. Aparecem os cupins voando em volta das luzes noturnas dos postes.

Dá uma sensação boa, isto. Sensação de renovação, de novo fôlego, após o longo intervalo que vai do outono ao inverno, no qual as árvores enregelam, perdem as suas folhas, e os jardins ficam sem flores. E nós, de certa forma enregelamos junto. Deixamos cair, também, algumas de nossas "folhas"... Planos que não vingaram. Acontecimentos difíceis, ríspidos, que desejamos esquecer. E desafios que, não sei porque, para um bom observador, costumam nos colher em cheio sempre e justo nesta mesma época do ano.

Casacos, frentes frias, zelos com a saúde contra as intempéries e as rajadas geladas impiedosas quem investem, vindas do sul. Tiritamos junto com as árvores e com a natureza, e não apenas por sentir frio. De um certo ponto de vista, há um contexto mais árduo para muitos, neste período do ano em que o calor do sol barganha com a dispensação dos seus raios sedativos!

Não deve ser por um acaso.

Sempre que vai se encerrando um inverno, ensejam-se reflexões preciosas sobre a capacidade de restauração inerente à vida que se agita em tudo, como em todos nós. Os primeiros calores da proximidade da primavera podem encher de novo alento os mais sensíveis, que pressentem, nisso, o poder de transcendência constante inerente à natureza e a nós mesmos, regenerando e revitalizando todas as coisas, acima das cinzas do que se foi.

Dias mais longos. Luz! Ânimo renovado, após os dias mais escuros!
 

Ressurreição de nós mesmos, sobre os embates e os desafios. Nesta época, tudo parece se revestir de nova luz! Pois prosseguimos, apesar e além dos meses de frio, com os seus dilemas e canseiras. E, não obstante de dentro da sempiterna continuidade investindo sem parar novos fatos e acontecimentos, nos descobrimos ainda aqui! Conscientes! Inteiros!

Sim; somos nós, aqui e sempre! Com outras roupas e idéias. Com outro ânimo, e certamente mudados, quanto a uma série de quesitos e ao que éramos no primeiro semestre. Ainda com dúvidas e perguntas sem respostas.
 

É da Vida!

Mas prosseguimos, agora! Aqui!

Não há como nos iludirmos quanto a esta verdade: a busca, as perguntas, os desafios, continuarão, sempre. Porque o aprendizado é eterno. Todavia, aprendemos também que qualquer ansiedade a mais quanto a isto será inevitável fator gerador de angústia. A renovação dos ares primaveris, com suas novas luzes e cores, e com o aconchego de dias mais quantes, nos colherá, inevitavelmente, com outras questões.

Atingirei meus objetivos? Fiz tudo como devia? Ou não deveria ter falado ou agido daquela forma? Deveria mudar de pareceres ou de atitudes quanto àquele pormenor? E agora, como me posicionar diante destas mudanças que não estavam programadas? Esquecer ou não esquecer uma ofensa? Revidar? Ignorar?...

O que, afinal, na continuidade pura e simples das horas, será mais conveniente ao bom andamento dos nossos interesses mais ou menos imediatos, à nossa convivência com os que nos acompanham no contexto de vida cotidiano?

Alcancei e alcançarei os meus intentos?

E o raiar dos dias e de cada primavera nos envolve com a renovação constante da vida latejando em nós e em tudo o que nos cerca. Assim como cada começo de estação, com suas nuances e humores, nos propõe situações sempre inéditas! Assim como, após o inverno de cada fugaz existência material, despertaremos num amanhã perene; na mesma continuidade pura e simples, cheia de atividades e surpresas, na qual tudo será exato!
 

Tudo será oportuno ao nosso aprendizado.

O Criador, perfeito e equânime na regência do equilíbrio estupendo do vasto Universo acima de nós, não erraria na mão justo na administração essencial de nossas pequenas vidas! Então, apesar e a despeito das dúvidas, dos temores, daquelas nossas ansiedades mais ocultas... não há porque não confiar, não esperar!

Há que se cultivar a fé - mas não somente por crença cega e pueril. E sim porque fatos concretos nos demonstram, a cada dia, a maestria do renascimento eterno de todos e de tudo, acima de todos os acontecimentos, sejam os melhores, sejam aqueles (de nossa ótica limitada para perceber o benefício prático de tudo) piores!
 

O que for... O que vier!

A Vida não erra a mão, meus caros leitores!

Se for para o bem, acontecerá!...

terça-feira, 3 de maio de 2011

O MAIOR CASO DE BULLYING DA HISTÓRIA


Acho que foi na primeira Bienal de que participei lançando meus livros psicografados que dei a sorte de comparecer no mesmo dia em que também lá estava o Ziraldo, de quem sou fã desde criança.

Eu colecionava todos os almanaques da Turma do Pererê, e ainda meu filho mais velho chegou a lê-los. E como as Bienais são uma espécie de paraíso na Terra para amantes da leitura, em sendo convidada pela editora para autografar em duas tardes, aproveitei para dedicar o máximo possível do tempo ao evento, chegando mais cedo, e me deliciando pelas muitas avenidas agitadas onde leitores, editoras e autores compartilhavam as novidades do maravilhoso universo dos livros.

Numa das avenidas, num cercadinho, com fãs infantis ou adultos para além dos limites permitidos pela segurança do autor, lá estava Ziraldo fazendo o seu lançamento. Sorridente, com seus assessores e amigos, recebia alguns leitores que queriam autógrafos, posava para algumas fotografias. E eu, autora modesta, em início de carreira, com um ou dois livros publicados, lá me detive por breve momento, admirando a cena, e aproveitando também para registrá-la, como todo bom visitante, com a máquina de meu celular.

É bom ser querido assim! Indizível, esta sensação de que o nosso trabalho é bem recebido pelo público, e que lhe presta benefícios. Bom, também, ser estimado deste mesmo público, que acata e se encanta com o produto de nossa atividade literária, comentando, ou mesmo tecendo críticas úteis ou favoráveis. Hoje, um pouco mais adiante daquele começo, posso dizer com prazer que conheço a sensação. Porque nada compensa mais o autor do que esta troca enriquecedora com leitores de variadas procedências, já que assim também crescemos como pessoas. Conhecemos uma gama enorme de indivíduos com as suas origens culturais, idiomas, pensamentos e percepção de vida, e, consequentemente, de nosso trabalho. Disso tudo, portanto, a lição maior extraída é a da humildade, perante a grandiosa diversidade da vida.

Mas o que isto tem a ver com o mencionado no título deste texto - o maior caso de bullying da história?

Amigos, alguém, um dia, também colheu os louros justos pelo seu trabalho, que em toda a história de nossa civilização ocidental nos compareceu como o mais revestido de importância, de validade, de luz!

Durante algum tempo, muitos que foram devagar se apercebendo do que acontecia acorreram a conhecer quem era o autor daquelas obras espetaculares de que se falava em todo canto de uma determinada região do mundo: prédicas de consolação sem igual. Curas! Auxílio e amor incondicionais, a quem quer que o buscasse em busca de algum lenitivo...

Tratava-se de um ser tão diferente dos demais, por conta destas atitudes inéditas, das idéias de vanguarda que defendia, favorecendo principalmente a gente simples daqueles tempos, que, a partir de certo ponto, todavia - e ao cair a ciência da presença daquele homem no domínio de outros, da casta mais favorecida da época - começou a incomodar!

Sim! Aquela diferença em seu comportamento, todo pautado em amor e compaixão dos sofredores, dos mais simples, começou a incomodar, principalmente aos poderosos daqueles tempos! Pois que suas palavras e atitudes ensinavam a igualdade de todos perante a consideração de Deus. Ensinava aos indivíduos sedentos de esperança, vindos de todos os recantos daquelas terras longínquas, que não deveriam depositar todo o sentido e objetivo da existência nas coisas ilusórias e que seriam fatalmente, mais cedo ou mais tarde, corroídas por traças. Dizia-lhes que deveriam dar a César o que a César pertencia, e a Deus o que era de Deus, apontando a inutilidade de investirem demasiado e exclusivamente nas coisas deste mundo - que esta postura, portanto, fosse deixada aos que dela se nutriam e que por ela se orientavam, pois os aos mortos deve ser entregue o enterro dos mortos. A Vida viva, que repousa na qualidade de nossas atitudes, contudo, deveria ser almejada por todos que já se viam fartos e exaustos destas miragens enganosas!

Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, pois eu os aliviarei... Mateus 11;28-30

Pois a diferença incomensurável existente entre estas anotações e o que, ao contrário, era defendido e realizado pelo farisaísmo míope da época, sob o peso do constrangimento romano, começou a incomodar demais. Quem, pois, era aquele homem que se atrevia a fazer apologia de um segundo Reino dentro de um reino institucionalizado já existente?! Conveniente às autoridades, sentindo-se ameaçadas pela popularidade sem precedentes de Jesus, considerar as coisas assim! Aquilo seria o pretexto perfeito para se agir, para se abrir fogo - e logo!

Quem, portanto, era aquele homem que se atrevia a se declarar o Messias?! Que alegava direitos a um reino, vindo ameaçar o poder estabelecido, as representatividades consolidadas do próprio imperador romano?!

Alguma coisa deveria ser feita, e rápido. Ou aquele homem enigmático, incompreensível, que só respondia com solene e altivo silêncio às perguntas insidiosas que lhe lançaram no interrogatório infamante, acabaria por acossar o povo a algum levante contra o governo, que, dada as proporções supostas, seria difícil de se debelar!

Criara-se, assim, o ardil, para o maior caso de bullying - de perseguição insidiosa e execução por tortura - já havido em toda a história da humanidade!

Todavia, meus amigos, qual foi a atitude do Cristo, frente a estas infâmias?

Revidou à altura?! Desceu da indescritível altitude espiritual de que já era portador para se nivelar aos seus algozes, com ataques físicos ou verbais de quaisquer ordens?!

Sim - outrora, nalguns instantes, frente aos fariseus hipócritas que buscavam distorcer intencionalmente o sentido de seus apontamentos, indicara-os com firmeza como sepulcros caiados, cheios de podridão por dentro - guias cegos, que nem entram no Reino dos Céus, nem permitem que outros entrem, em distorcendo à visão e entendimento do povo para o verdadeiro sentido das coisas de Deus.

Todavia, não agiu assim no momento do testemunho. Porque, ali, não se tratava de defender a autenticidade daquelas verdades com palavras diante da multidão - tratava-se de defender a Verdade com a atitude definitiva, que viria validar, com silêncio, sofrimento e sangue que o que distancia o anjo do homem vulgar é, sobretudo, a firmeza eventualmente muda, porém sólida, do exemplo!

Deste exemplo que, até aos dias de hoje, mais de dois mil anos depois, se revalida, a cada dia, quando, diante da fenomenologia social tida como inédita e rebatizada de bullying, vamos dolorosamente resgatando a conclusão de que nada se modificará nos panoramas sociais do mundo enquanto não prevalecer em mentes em corações o entendimento de que nossas atitudes perante o próximo devem ser pautadas, em nosso próprio benefício, quanto para o bem de todo o planeta, em compreensão e amor!

E não há outro caminho!...



domingo, 10 de abril de 2011

A DOR QUE DÓI NOS DOIS MUNDOS...



Esses dias me lembrei da cena do filme As Mães de Chico Xavier, no qual é proferida uma de suas máximas:

- ...A saudade é dor que dói nos dois mundos!...

Entrei em estado de desprendimento espiritual, me recordando com melancolia da tragédia acontecida há pouco com meninos e meninas na flor da idade, no Rio de Janeiro. E, aos poucos, me senti transportada para cenário de enlevo, em local praiano - mas, certamente, não deste mundo!

Lá, me reconheci mais jovem, como é praxe em nossas visitas rápidas ou quando de nossos retornos para as paisagens da Vida definitiva. Vestia traje branco; um vestido, e usava flores em tiara nos cabelos.

Caminhando por ali, com os meus pés entre as águas frescas das ondas do mar que se agitava em perfumes e rumores reconfortantes, trazia ainda no estado de espírito a mesma melancolia que me dominava ao entrar naquele transe, aqui, no âmbito material, enquanto ouvia, distraída, a música em estilo celta executada por um grupo agradável de instrumentistas acomodados nas areias ali por perto, como num acolhedor acompamento de veraneio.

Parecia-me uma tarde ensolarada, repousante. O único rumor audível era o dos ventos misturados ao ir e vir das ondas espraiando-se nas areias macias; quando, de repente, alguém se aproximou, tomando-me gentilmente pela mão.

- Faz muito tempo que você não dança um pouco. Venha comigo... - pronunciou a voz grave e agradável, fazendo com que me voltasse e reconhecesse logo, com enlevada surpresa, a presença do meu mentor desencarnado, Caio Quinto, o autor de nossos livros, há quem já há um longo tempo não deparava assim, de maneira tão direta.

Puxou-me amavelmente para perto do grupo, enquanto ainda me demorava a me perturbar com o que acontecia, buscando, como sempre, - e como é usual acontecer enquanto reencarnados - explicações plausíveis para o fato, porque guardava clara a recordação de me achar ao mesmo tempo em dois lugares: ali, e no sofá de minha casa, em estado de repouso, durante uma tarde silenciosa de fim de semana, na minha residência no Rio de Janeiro.

Para a minha ainda maior admiração, em iniciativa até então inédita desde que passei a conviver via mediunidade com este meu tutor amorável durante a presente trajetória material, trouxe-me gentilmente para si, e se pos a dançar comigo aquela melodia maravilhosa, entoada em instrumentos cuja definição se me torna difícil de traduzir em palavras.

- Você precisa dançar ou cantar, de vez em quando... - sorria-me, jovial - Ajuda a dissipar estes estados de  melancolia...

Mas eu me mantinha na mesma disposição, agora de mistura com a franca emoção experimentada pelo lugar paradisíaco onde fora ter de inopino, e pelo que me acontecia, na presença deste que durante todo o tempo tem se manifestado como meu fiel protetor e mentor pessoal e familiar, durante os desafios da jornada terrestre.

- É difícil para a mente assimilar acontecimentos deste teor! - confessei a ele, em linguagem aparentemente mental, os olhos ainda úmidos, desviando-os ao acaso para o mar caldaloso, rebentando próximo a nós - Nosso psiquismo não encontra razões que justifiquem o fato de forma satisfatória. Tudo parece fruto de um grande caos, lançando a todos em dolorida sensação de desamparo frente a estas manifestações desnorteadoras da incúria humana!...

Mas, olhando-me de dentro de sua grande serenidade e ternura habitual, ele me sorria de leve, levando-me de mansinho naquela dança gentil nas areias úmidas.

Ouvia-me com atenção e desvelo; mas parecia considerar a situação de um outro prisma. Assim, começou, a entonação de sua voz grave e cariciosa, tão familiar ao meu espírito, alcançando-me diretamente no âmbito da mente e do coração, marcante, inesquecível:

- Olha o vai-vém das ondas que lavam incessantemente as areias, e imagine que cada um desses minúsculos grãos tem vida própria, qual a nossa, e apreciam o contato mútuo e a convivência entre si... a cada ida e vinda, as águas impetuosas carregam incontáveis deles para destinos desconhecidos. Para compor outros cenários e acontecimentos na ordem da Vida, em transformação constante! E entenderá que isso não difere muito do que acontece com os movimentos de natureza variada que, em ritmo incessante, também nos deslocam, a todos nós, para destinos diversos!...

Eu dirigi a ele o meu olhar curioso ante a idéia inspirada, talvez mais alentado, e tomado por renovado brilho. Ele, notando isso, prosseguiu:

- Como estes grãos de areia que aqui permanecem, e se pudessem eles se dar conta da ausência dos que se foram, também lamentariam a sua partida, querida, ignorando o paradeiro de todos na imensa orquestração do Oceano! É como acontece conosco, tanto lá, onde você por enquanto estagia, na despedida da morte corporal, quanto por aqui, quando nossos amores e afetos partem temporariamente para as vivências inéditas no aprendizado às vezes árduo da materialidade!...

E deitando-me olhar profundo e comovente, o sorriso amoroso ainda imóvel em seus lábios, após apor-me leve beijo na fronte, concluiu:

- Também senti a sua partida, desta última vez em que se foi para a sua nova estadia física! Todos nós sentimos! Mas sabemos, daqui, que tudo continua, e que a sua volta para nós, em época oportuna, é simplesmente fato líquido e certo, com o qual podemos contar! E então, todas as razões pelas quais todos se foram ou vieram; todos os acontecimentos, de quaisquer qualidades sejam, que tenham motivado a partida e a chegada, haverão de tomar um segundo plano na ordem das coisas! Porque o essencial, minha querida, é a continuidade da Vida, pura e simples! Para todas aquelas crianças e os seus familiares, que por agora tanto sofrem; e para todos nós... e arrematando, enquanto parávamos um pouco, ao fim da melodia tocante entoada próxima de onde estávamos, entrelaçando-me, afetuosamente, as mãos - Assim, apenas esperemos! Pois um dia todo o ansiado entendimento e reconforto virão, em situação melhor, mais apaziguada! Mais adequada à devida compreensão de tudo!...

A última lembrança que guardo é a destas palavras proferidas carinhosamente, sob os ventos amenos daquela tarde luminosa diante dos mares das mais altas esferas. E a do olhar amoroso de Caio Fábio Quinto, contemplando-me como a uma criança temporariamente desalentada, e abraçando-me, por fim - sabendo que tudo ocupa o seu lugar e o seu momento certo para cada um de nós, nos fluxos e refluxos dos movimentos da Vida; e procurando, devotadamente, aproveitar aquele curto instante de reencontro para reavivar em meu espírito transitoriamente desorientado esta certeza.

- Também senti a sua partida... - o mentor querido me afiançou, com tocante emotividade.

A saudade é dor que dói nos dois mundos!

Mas não para sempre!

Só por agora...

domingo, 3 de abril de 2011

ENTRE NO PERSONAGEM!


Qual personagem escolheu para vestir ao renascer para esta vida passageira na esfera física?

E hoje, pela manhã?...

A escolha é sempre sua! Não há fatalidades, apesar das tendências de origem cármica!

Em Nosso Lar, vimos André Luiz se reformulando e revendo conceitos que melhor o situassem na acolhedora estância da Vida Espiritual que o socorreu após sua passagem pelo umbral.

Foram justamente as suas tendências pouco adequadas à sintonização com uma esfera melhorada da espiritualidade que o magnetizaram temporariamente àquele local de rudes conflitos e expurgos. E assim acontece, matematicamente, com todos nós.

Assim como o médico orgulhoso de outrora teve que se refazer como pessoa para atrair a si mesmo condições mais confraternas, mais felizes, de existência, após a passagem para o mundo dos espíritos, também efetuamos, sem perceber, nossas escolhas de momento a momento, aqui mesmo, criando, com isto, cada minuto de nossos dias. Na maior parte do tempo, no entanto, de forma inconsciente para com o mecanismo das leis que nos regem os destinos.

E estas leis naturais, simples mas imperiosas, são nada mais do que as leis de sintonia!

Portanto, qual o personagem no qual você está entrando, neste exato momento?

Descontrola-se com facilidade diante das impertinências de um marido, esposa, pai ou mãe, abandonando-se ao ímpeto da ira e das emoções desagradáveis que, por invigilância, muita vez nos estragam todo o decorrer de um dia? Ou escolhe como agir ante a situação difícil, buscando soluções viáveis para o benefício mútuo - talvez recolhendo-se em preces ou em meditação produtiva, que o tire de cena por um instante, para depois ser inspirado por aquela Luz que o tempo faz brilhar, fielmente, auxiliando-nos nas ações mais apropriadas a cada desafio que nos defronta?

Em qual personagem tem escolhido entrar minuto a minuto de suas horas e semanas? No do insensato que se deixa dominar pelo descontrole emocional, ou no do sábio que, reconhecendo existir para cada problema ou situação a solução mais adequada, investe na maior cota de serenidade que lhe seja possível para cada lance do cotidiano, apostando nas mudanças contínuas que certamente nos trarão alento e resultados?

Então, se, de dentro de sua condição humana, reconhece-se momentaneamente desnorteado ou entregue às vagas impetuosas do desatino ou do desarvoramento, pare um pouco. Respire, saia de cena! Permita breve momento na contemplação pura e simples do sol, do mar, dos ventos, ou do vagar sonolento das nuvens mudando de forma a cada segundo. E diga a si mesmo que você, exclusivamente, se acha no controle de tudo, a partir do simples modo como reage aos acontecimentos!

Sofreu injustiças e agruras imerecidas no meio profissional? Reflita que pagamento maior não há para o justo do que uma consciência tranquila ao final de um dia! Por outro lado, no recesso de sua consciência reconhece-se como o causador de algum malfeito que tenha atingido desfavoravelmente o seu semelhante? Então, não desperdice um só minuto em reconhecer que os grandes de espírito não são os agressores, ou os que se beneficiam ao custo do prejuízo do seu próximo - mas qualquer um que, a tempo, caia em si e, por atos, faça por onde mobilizar boas atitudes a favor do prejudicado, senão com o devido pedido de perdão, com gestos - que sempre falam mais aos corações do que qualquer palavra!

Deprimiu-se ante os quadros comumente desanimadores do mundo atual? Mas reflita e descobrirá rápido que certamente tem muito, mas muito mesmo, a agradecer à Vida diariamente! E isto lhe transmutará o ânimo! Pela visão, quando tantos já nascem sem o lume das janelas da vida! Igualmente pela audição, pelo tato, pelos dons da locomoção e da fala! Pela oportunidade de trabalho, por mais humilde que seja - quando tantos morrem diariamente na indigência e na miséria! Pelo convívio com a família, ou com um grande afeto que seja, quando muitos se acham na sarjeta das ruas, sem o arrimo de um colo sequer! Pela água para beber e se banhar em dias de calor; pelo assento confortável, pela condução que se pode pegar até o amigo afastado; pela oportunidade de se rir de uma piada ou de se inebriar ante a majestade das montanhas!

Gratidão... a melhor frequência de abundância, de amor, de felicidade que podemos sempre irradiar à Vida, sem nenhum custo - e que nos magnetiza matematicamente mais e mais razões para agradecer e se felicitar!

Assim, em qual personagem escolhe entrar? Sim! Não apenas com o começo da trajetória física!

Qualquer momento é adequado para se despertar para a verdade de que a escolha, pura e simples, é a maior chave para modificar a nossa realidade, de algo apenas fatalista, noutra sempre feliz!

É por isso que procuro escolher, todos os dias, entrar num personagem da Luz - aqui, agora, e assim para sempre!...

domingo, 27 de março de 2011

O PULO DO GATO


Dentre tantas ocasiões nas quais esta poderosa lei governante da Vida se fez presente nos acontecimentos de minha vida sem ser devidamente observada ou trabalhada, recordo-me especialmente de três episódios.

Num, há muitos anos atrás, minha mãe reclamava reiteradamente de vizinhos barulhentos morando no apartamento acima do seu, cujos distúrbios, sem esperança de solução possível, já lhe provocavam insônia e ameaçavam a sua integridade emocional. De fato, os barulhos se estendiam sem horário. Eram ruídos de limpeza e vassouras varrendo madrugada adentro, crianças jogando bola altas horas da noite, e ia por aí. De nada adiantavam reclamações do síndico, ou a única queixa que minha mãe ousou dirigir à dona da casa em determinada ocasião, com toda civilidade, argumentando que não vinha conseguindo dormir por conta das partidas de futebol que o garoto mais velho costumava promover em seu quarto madrugada adentro.

Ao contrário, parecia que as reclamações recrudesciam o nosso padecimento. Porque, moradores proprietários, um casal com uns tres filhos, ao que se percebia, principalmente a mulher entendia que, pelo fato de ter apartamento próprio, eram eles donos do edifício, e fariam o que bem entendessem em qualquer horário que fosse, desafiando as leis de condomínio que estipulam, em prol do bem comum, o devido silêncio a partir de determinada hora noturna.

Lembro-me bem de que, mais por inspiração forte originada no aconselhamento do meu mentor desencarnado e nos ensinamentos Kardecistas da Causa e Efeito, do que propriamente por conhecer, em consciência, o mecanismo das leis regentes da vida no universo, repetia para minha mãe:

- Calma! Tenho para mim que a passagem do tempo dará um jeito nisso. Vá mentalizando um pedido de ajuda aos mentores do invisível, que, em tendo merecimento, seremos auxiliadas!...

- Mas eles são proprietários de muitos anos no prédio! Não há a menor chance de quererem se mudar daí!

- Vamos esperar! - eu insistia.

E a situação se prolongou por talvez uns três anos. Até que, para o nosso pasmo, num belo dia chego da faculdade e encontro a minha mãe exultando.

Descobrira, através de conversa com o síndico, que sem mais nem menos resolvera a família turbulenta se mudar para novo endereço na zona sul do Rio.

E de fato aconteceu, a partir do que nos deu vontade de comemorar com uma festa! Pus música em casa, dancei e sapateei! E nunca, de fato, soubemos o que motivou a guinada súbita nas coisas - sem atentar para o que eu vinha trabalhando conscienciosamente no modo de pensar de minha mãe, no sentido de confiar nas respostas às suas preces e nas mudanças de futuro para a resolução do problema.

O outro episódio pitoresco, já o narrei em artigo anterior, a respeito da bicicleta que desejei com franqueza ganhar, quando meu marido me anunciou que haveria sorteio de brindes na festa de final de ano da fábrica na qual trabalha - dentre eles, justo bicicletas!

- Olha, torça aí para ganhar uma! E aí você me dá de Natal! Adoro andar de bicicleta, mas desde a infância não o faço, não tenho bicicleta!...

- Mas onde diabos enfiaremos isto em casa?!... - ele ainda contestou - Não há mais espaço pra nada!

- Não importa! Torça aí!...

Esqueci do assunto, e, vai umas semanas, em bela tarde de final de ano próxima ao Natal, a festa na fábrica está lá, se desenrolando, e eu de férias com meus filhos em casa, feliz da vida, nem me lembrava mais do que pedira ao meu marido. E de repente ele me telefona em meio a uma gritaria ensurdecedora. Um seu amigo fala comigo ao telefone, aos gritos, entusiasmado:

- Ele ganhou! Ele ganhou!...

Sem nada entender, estática, só fui me dar conta plena do que acontecia quando, tomando o fone da mão do outro, meu marido exclama, até ele meio abobado:

- Acredite ou não, ganhei a bicicleta! Ganhei!!! Uma bicicleta azul!!!

E foi assim que, ainda hoje, lá está uma bela bicicleta azul guardada no terraço do prédio onde resido. De fato, houve lugar para guardá-la; e volta e meia me divirto com ela. Mas quando este episódio aconteceu, eu já tinha lido obras importantes, como *O Segredo, de Rhonda Byrne, e tudo que passei a fazer foi me esmerar em aplicar o mais possível, e conscientemente, uma lei natural regente de nossas vidas, que conhecera anteriormente, nos meus estudos Kardecistas, como a Lei de Causa e Efeito - maravilhando-me com os resultados!

O terceiro acontecimento foi bem recente.

Almoçava com o chefe do meu departamento ano passado, numa tarde durante a semana, comentando com ele que estranhava que o horário da Justiça fosse desde sempre o de onze horas da manhã até as dezenove horas, quando todo mundo normalmente trabalha entrando de manhã cedo e saindo por volta das quatro, cinco ou seis horas. Dizia como seria, para mim, bom e conveniente que isto mudasse, me proporcionando a chance de entrar mais cedo para sair mais cedo, podendo assim resolver com maior desenvoltura inúmeras situações que precisavam de mais liberdade de movimentos durante o dia e de mudanças relacionadas a particularidades do meu cotidiano.

Sem a menor esperança de que isto acontecesse nalgum momento, porém, a conversa ficou naquilo; meu chefe teceu alguns comentários casuais e mudamos de assunto.

Pois há poucas semanas a notícia nos colheu de inopino: o Conselho de Justiça determinara que se estendesse o horário de atendimento aos advogados. Com isto, mudanças várias foram necessárias para se adaptar o funcionamento dos Tribunais e foruns, ocasionando, a partir daí, jornadas diferenciadas nos setores. E, assim, pude ter atendidos, maravilhosamente, os meus anseios de modificações na rotina profissional, de modo a resolver melhor outras tantas coisas atinentes ao cotidiano da minha vida familiar!

Ontem, percorrendo as livrarias, dei com a nova obra de Rondha Byrne: O Poder, que detalha e esclarece ainda melhor o tema que deslumbrou o mundo na época do lançamento do best seller O Segredo. Como espírita convicta, estas são obras que viraram meus livros de cabeceira, aos quais recorro volta e meia para refrescar a mente e reajustar novamente pensamentos, emoções e atitudes inadequadas. De forma que recomendo a todos aqueles que já descobriram e buscam utilizar este ouro da mina a leitura do livro maravilhoso, despojado.

Nele, a Verdade que nos foi encoberta desde há séculos como autêntico pulo do gato nos é esmiuçada, sem meios termos, para franco uso e abuso de todos os que querem simplesmente viver nobre e sabiamente. Com harmonia e com inteligência para com todos os seres e dons da Vida, objetivando o que, no fim das contas, todos nós queremos para nós mesmos e para os nossos filhos: a felicidade!

Mas aqui, e agora!...




* O Segredo nos fala sobre a Lei da Atração - lei natural da qual todos nós fazemos uso mesmo sem ter consciência disso, atraindo para nossas vidas minuto a minuto tudo em relação a que estabelecemos sintonia através do uso do livre arbítrio. Em síntese, nós somos os criadores e únicos responsáveis pelo nosso destino, atores, diretores e produtores de nosso próprio filme, a um só tempo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

SOBRE O ESPÍRITO CAIO FÁBIO QUINTO


Recebo algumas vezes e-mails de leitores curiosos e em dúvida acerca da identidade deste que é o meu Instrutor Espiritual e autor dos meus livros psicografados, e que assina os artigos que são mensagens transmitidas por ele por intermédio do mesmo recurso mediúnico, como no caso das intituladas "Alimento do Espírito", "Mensagem aos Que Ficam" e "Amor Espiritual", entre outras.

Tendo em vista isso, e no intuito de dirimir dúvidas, gostaria de esclarecer ser o espírito de Caio Fábio Quinto não apenas o meu guia ou Instrutor Espiritual, que me acompanha desde há tempos incontáveis na eternidade evolutiva; trata-se, sobretudo, de alma familiar e muitíssimo estimada da minha,  de vez que de acordo mesmo com o que tem me relatado em suas mensagens, e através do nosso contato mediúnico, convivemos em função de afeto e afinidade indissolúvel já nos tempos do Egito antigo, passando depois pela antiguidade romana, que nos marcou mais do que tudo a jornada em comum, pois nestas belas paragens do mundo compartilhamos várias vivências nesta fase da história humana, época em que mais de uma vez ele atuou no palco físico como militar dos exércitos romanos.

Ao tempo de Júlio César, Caio atuou nos exércitos romanos como um dos generais das legiões e legado deste, que temos referencialmente (não oficialmente, já que o primeiro Imperador foi Otávio Augusto) como o primeiro Imperador na Roma antiga; seu nome é mencionado, de permeio aos de outras figuras mais ou menos eminentes naquele longínquo passado histórico, nos livros desse estadista romano, intitulados Comentários das Guerras Gálicas e A Guerra Civil, ainda à venda nas livrarias de hoje em dia*.

Naquele tempo, Caio foi governador da província da Ásia em 58-57 aC, antes de atuar com Júlio César nas Gálias como um dos seus homens de confiança e general de suas tropas. Por outro lado, há referências literárias sobre a sua possível morte por causas naturais, mas nenhuma fonte bibliográfica é exata quanto ao desfecho da vida do general Caio Fábio nesses tempos, que afinal foi descrito com detalhes na nossa obra mediúnica O Pretoriano, e ocasionado por razões fundamente passionais, de ordem pessoal na sua vida emotiva e familiar, cujo obscurecimento desvirtuado, talvez que proposital na época, fica fácil de se deduzir, em virtude de certos acontecimentos dramáticos ligados às vidas das pessoas destacadas na sociedade não convirem ao conhecimento das massas e da posteridade, nos seus mais particulares detalhes e determinantes.

Caio Fábio Quinto, efetivamente, é espírito desencarnado, e se faz muito mais presente nos meus dias do que muitos daqueles que, junto conosco aqui, na materialidade, e envergando as vestes da carne, por vezes cruzam nossos caminhos como nuvens que se esvaem, sem deixar marcas ou registros. Por intermédio de seus registros autobiográficos, veiculados no formato cativante do romance mediúnico, assimilamos preciosas lições acerca do funcionamento dos resgates cármicos, dos elos de afeto e de desafeto e sobre o aprendizado paulatino, embora certo,  que nos compele à harmonização com os nossos semelhantes, idealizada pela excelsa Mensagem outrora deixada à humanidade pelo Mestre da Galiléia - compreendendo, nos lances encadeados na sucesssão das vidas dos personagens retratados que acompanham o autor espiritual desde há tempos milenares, que fora deste Amor não existe, de fato, salvação possível, para as maiores quanto menores agruras até hoje renitentes no mais comum dos trajetos humanos.

Empenhado na missão literária que intermedio através da psicografia,  desde há muito delineada na invisilidade com os nossos abnegados mentores, amigos e familiares do Mundo Maior visando o gradual esclarecimento humano acerca da realidade das vidas sucessivas, Caio acompanha-me, atualmente, como Amparador a partir das dimensões incorpóreas, numa demonstração tocante de amor, de desprendimento e de solidariedade, ao abdicar da vivência definitiva na esfera depurada do mundo espiritual a que já fez jus, repleto de luzes e de excelsa felicidade, com o único intuito nobre de orientar e auxiliar, com suas palavras sempre sábias, não só a mim, em função de amor, de devotamento, e de terna identificação pretérita, mas também a todos que se possam beneficiar de suas mensagens repletas das claridades imponderáveis das esferas mais altas.

terça-feira, 1 de março de 2011

CARNE AVAL - UMA VISÃO ESPÍRITA


"...A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres..." - http://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval

Carnaval. A festa, e a palavra que a intitula, também constam relacionadas às Saturnálias romanas da antiguidade, festejos caracterizados por grande liberalidade e afrouxamento dos costumes morais, e também às celebrações que antecedem a quaresma católica.

Fato é que, com características diversificadas de país para país, o Carnaval constituí período durante o qual os foliões se entregam sem freios a toda uma larga azáfama de excessos que, já de há tempos se sobrepondo de muito aos antigos festejos inocentes dos fantasiados com confetes e serpentinas, desaguam em inumeráveis casos deprimentes de consequências infelizes, vitimizando incontáveis seres. Indivíduos estes que, desavisados, se abandonam a práticas responsáveis, antes, por todo um cortejo de fatos lastimáveis, do que propriamente por divertimento sadio e isento de sequelas ruins.

Lembro-me do último baile de carnaval que frequentei, em matinée. Já naqueles idos dos anos setenta, os bailes nos clubes - a exemplo do que buscam resgatar agora, após amplo período de franca decadência - aconteciam em horários noturnos voltados aos adultos, e nos diuturnos, durante a tarde, nos quais iam crianças ou adolescentes. Todos fantasiados, eram muitas vezes divertidos - enquanto se resumiam a bailes realizados assim, nestes moldes inofensivos.

No entanto, foi bem num destes que meu pai nos acompanhou, a mim e a uma jovem amiga, filha de vizinhos nossos, no Clube América, situado na zona norte do Rio de Janeiro, quando contava por volta dos meus quatorze anos - para no final a ocasião se reverter num basta definitivo a qualquer vontade de minha parte de retornar a algum destes eventos!

Nunca vou me esquecer da cena espantosa, deprimente, depois de algum tempo em que brincamos no salão do grande clube tijucano sem maiores incidentes. Pois em dado momento, tivemos que sair precipitadamente, antes do previsto - praticamente fugidos! - devido a uma briga que rebentou de supetão entre aparentes grupos de fantasiados rivais que, infiltrados no evento, completamente embriagados, aparentavam, antes de foliões, componentes brutais de gangues, cujo confronto fez com que voassem cadeiras e garrafas que se espatifavam para todo lado do clube!

Esta, pois, foi a última vez em que pus os pés num baile!

Recordo, também, de outra ocasião, embora esta não se tratasse do carnaval - mas que bem serve para justificar a minha progressiva aversão por tais situações de tumulto, à medida em que, com o decorrer dos anos, fora me sintonizando com uma faixa de preferências de lazer mais saneadas, do ponto de vista espiritual e existencial.

Nesta, fora conduzida pelo meu então noivo, atual marido, há cerca de treze anos atrás, a conhecida danceteria da cidade paulista de Taubaté, no intuito bem intencionado da parte dele de nos divertimos um pouco nos dias em que ele promovera comigo um tour pelas belas cidades que margeiam, em toda a sua extensão, o Vale do Paraíba.

Lembro-me de que entramos. Era uma casa enorme, de ambientes diferentes localizados em dois andares. Uma sarabanda de luzes rodopiantes em penumbra baça, um tumulto ensurdecedor, dentre a população alvoroçada de jovens que se acotovelavam ou dançavam, comprimidos, em grande algazarra, em todo o espaço do andar térreo, a música estrondeando em último volume na aparelhagem de som gigantesca.

Não demorou quinze minutos, e, em meio àquela azáfama desnorteadora, passei mal.

A música em volume desesperador doía-me fisicamente, de maneira literal, atingindo-me os ossos! Comecei a sentir náuseas; suava frio! E, não aguentando, houve meu noivo que me arredar rápido dali para o ambiente mais calmo do segundo andar, uma espécie de restaurante com música ao vivo, mas em volume racional, soando em sessões de karaokês.

Amigos; situações tais como esta, bem como a que se apresenta na época do carnaval, põe em xeque nada menos do que o uso de nosso livre arbítrio, exercido sempre com base nas nossas compatibilidades.

Muita vez, os que se entregam aos festejos não necessariamente o fazem intentando incorrer em excessos. Todavia, há que se precaver para a realidade de que o universo das energias age e se sobrepõe, poderoso, instantâneo e à nossa revelia, na medida da invigilância de nossas sintonias. O padrão agressivo, denso, obsidiador das energias características da data, a que muitos se expõe, sem que se dêem conta os arrastam a iniciativas inconscientes, frutos de irreflexão! E esta irreflexão fluí fácil, ao ritmo atordoador do samba enredo, ou nos eflúvios entorpecedores do uso indiscriminado de drogas ou da bebida alcóolica!

Inevitável que mesmo almas porventura mais robustas, em instantes de desatenção, não experimentem o risco do seu quinhão de revés, na intenção talvez ingênua de usufruir, nem que moderadamente, de algo do cardápio grandemente sedutor presente nos eventos característicos desta data de grande afluxo turístico e gigantesco investimento midiático nos tempos que correm.

Notícias nos chegam. Há pouco, e antes mesmo da chegada do Carnaval deste ano, muitos morreram na descarga elétrica desencadeada por acidente sobre o trio elétrico mineiro; no Rio de Janeiro, por sua vez, cai de sobre outro trio elétrico uma foliã desprevenida, morrendo de forma lastimável, após uma queda de quatro metros de altura.

Ao final dos dias de tumulto psicodélico regado a fantasias e alegorias que retratam curiosamente, a cada ano, figuras monstruosas do imaginário humano como bruxas e dragões, a contagem ingrata das baixas nas estradas, seja por excesso de velocidade, ou nos inesgotáveis casos de embriaguez.

O termo Carnaval também pode ser lido de outro modo: Carne Aval - o aval à carne, a toda a pujança que as atrações mais pesadas da festa da materialidade nos proporcionam. Todavia, e como em tudo o que a vida nos oferece ao discernimento, há que se atentar ao uso do bom senso.

Se você, leitora ou leitor amigo, já conta entre aqueles que se reconhecem com o perfil espiritual depurado, em decorrência de reconhecer a felicidade noutras fontes de prazer e de alegria mais quintessenciadas, mais distanciadas do que prevalece nos padrões grosseiros da hora que passa, vale questionar de si mais de uma vez, a fim de não se confundir um momentâneo aval aos alaridos atordoadores da festa da carne com uma deixa, e isto sim, à encarniçada invasão de forças obsidiadoras ao seu perfil espiritual já sutilizado frente ao supremo desgoverno moral vigente hoje em dia.

Porque sem nenhuma dúvida, e dada a carga maciça de influências obsessoras do astral umbralino presentes nos festejos destas datas, o que a seres que vibram noutra dimensão incorpórea e diapasão material talvez não cause alteração digna de nota, nos mais sensíveis desencadeará, ao fim de tudo, mais do que a esperada ressaca passageira, talvez que lesões de ordem espiritual, física e cármica difíceis de se extirpar.

Um feriado de harmonia e paz a todos!


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CHEIRO DE OUTONO


Após uma secura de mais de vinte dias sem chuva, ao preparar a janta sinto um cheirinho inusitado, delicioso.
 
Cheiro de ozônio!
 
Sim. A previsão do tempo acertou, e está chovendo lá fora. Logo o cheirinho de terra molhada me presenteia, e inspiro a longos haustos este aroma prenunciador de renovação, de vida! De transmutação. De mudança de estação. Mudança de estação que vem acompanhada da mudança de roupas, de estilos; de estado de espírito. A materialização palpável da transformação, constante nas vidas de todos nós!
 
A mudança é a única coisa permanente. Impermanência dentro da permanência, já nos reza a divina filosofia do Zen.
 
Assim, experimento, deliciada, o cheirinho de terra molhada, observando a chuvinha fina caindo lá fora, à meia luz da iluminação de rua. As plantas e flores de minha varanda celebram após o supremo abafamento do dia - é visível! - e, alheando-me do televisor ligado à minha frente, acomodo-me na sala para admirar e sentir. Com todos os sentidos aguçados - internos, externos! E vem à minha mente, espontânea, a sincronia das minhas próprias mudanças com as novas nuances de estação.
 
Meu trabalho literário espírita está em vias de mudanças. Já uma nova obra está na editora para ser trabalhada ainda este ano, mas em novos moldes. Outra autoria espiritual. Meu mentor, aparentemente, tirou umas férias, e agora uma autora se apresenta com uma história tocante, singela, e, embora aparentemente simples, marcante.
 
Isto me confere uma certa melancolia. De fato, a sintonia fluídica, a nível espiritual com o meu mentor desencarnado, Caio Fábio Quinto,  sempre se fez tão forte, que as seis primeiras obras vindas a público fluíram como rio cristalino, sem maiores impedimentos. A química fluídica acasalara-se com grande justeza, e já me habiturara à presença forte, inconfundível deste meu tutor desencarnado, esquecendo-me, de vez em quando, de que no trabalho espiritual literário empreendido - e a exemplo do que asseverara o nosso saudoso Chico Xavier - mais não comparece, o médium consciencioso, do que como o lápis. O carteiro das mensagens e histórias embevecedoras que os nossos amigos do lado de lá nos transmitem. De modo algum, pois, o médium psicógrafo, em tarefa assim, se pode entregar a personalismos e caprichos. Assim, venho fazendo por onde me coscientizar desta verdade, e buscando me adequar a esta mudança de estação particular nas nossas atividades mediúnicas.
 
Chega, pois,  o outono devargarzinho, trazendo novidades e aromas frescos, deliciosos, no ar. Chegam novidades de família, de amigos, de vida profissional, como não poderia deixar de ser.
 
Vai se findando o segundo mes do ano... E chegam novos amigos da banda invisível da vida, somando amizade e disposição para nos contar mais do muito que ainda nos cabe descobrir sobre as realidades maiores da existência nestas dimensões maiores, a respeito das quais os detalhes, gradativamente, vão caindo no domínio da população reencarnada com mais celeridade desde o recrudescimento das atividades mediúnicas, a partir da indizível consolação dispensada pela Codificação Espírita, com Allan Kardec.
 
Caio Quinto, meu mentor destas esferas maiores da vida e autor das nossas obras anteriores, certamente prossegue ao meu lado, como ele mesmo me asseverou há alguns dias - apenas que recuando um pouco para posição menos ostensiva nos nossos trabalhos literários, a fim de abrir chance a novos colaboradores que se juntam a nós para a atividade em parceria. Seria errado, portanto,  alimentar melancolia e injustificada sensação de desamparo, a partir disso!
 
As mudanças de estação na Terra são fomentadoras de enriquecimento do solo, dos ânimos, das oportunidades... da Vida!
 
As transformações no nosso cotidiano também. Tudo é sempre inédito, e sempre e sempre se renova, e se transmuta, se bem soubermos identificar, nos aromas sugestivos da Vida e da Terra que nos chegam hoje, os indícios das chances renovadas para se criar o dia de otimismo de amanhã!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

REENCARNAÇÃO: REALIDADE, NÃO CRENÇA!



 

Séculos atrás, os que afirmaram que a Terra não era plana foram ridicularizados, perseguidos e, para arremate, mortos. É sempre assim com os que nos surgem como vanguardistas na transmissão de realidades maiores e não mais que ainda não reconhecidas nem explicadas pelo academicismo científico. No entanto, tais realidades existem nos escaninhos incomensuráveis das Leis regentes do Universo infinito! De fato, se civilizações não suficientemente desenvolvidas nos níveis necessários para a percepção das mesmas não a reconhecem em nada se modifica o fato de sua existência! E segue para a humanidade, neste sentido, a permanente lição de humildade que outrora levou Sócrates, o sábio e filósofo brilhante, a proferir o axioma que deveria ser a diretriz necessária de toda verdadeira ciência: - "Só sei uma coisa: que de nada sei."

Introduzindo desta forma, por conseguinte, aditamos nota importante: segundo pesquisas recentemente divulgadas a porcentagem de pessoas - atendo-se somente ao Brasil - que conhecem a realidade da reencarnação e a aceitam como mais uma das leis naturais a ser melhor compreendida pelo homem em constante evolução compõe o número das mais esclarecidas de nossa sociedade - vide, dentre outros, matéria publicada na revista "Isto É" nº 31, onde temos textualmente: "O espiritismo é seguido por 30 milhões de pessoas no mundo. O Brasil é a maior nação espírita do planeta. São 20 milhões de adeptos e simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira – no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2,3 milhões declararam seguir os preceitos do francês Allan Kardec, o fundador da doutrina"; (...)"Mas até na ciência já existem aqueles que conseguem casar racionalidade com dons espirituais. Esses especialistas afirmam que a mediunidade é um fenômeno natural, não sobrenatural(...)".

E note-se, neste montante incluem-se não apenas simpatizantes e espíritas praticantes, mas também médicos, psiquiatras, cientistas e intelectuais de variadas frentes. Isto, como dito, atendo-nos ao Brasil. Porque levando-se em consideração o resto do planeta, como mencionado na aludida matéria, "O espiritismo é seguido por 30 milhões de pessoas no mundo"!

A razão desta exposição é o renovado intento de conclamar toda esta expressiva porcentagem de indivíduos melhor situados na compreensão dessas coisas a se posicionarem com maior destemor neste sentido frente aos ataques e a franca agressividade em que os materialistas remanescentes de plantão persistem, a fim de acuar e reprimir o que a própria passagem do tempo e avanços inevitáveis das descobertas científicas não permitem mais ignorar.

Em artigos anteriores, a pretexto de um outro tema, relatamos ter feito parte de um forum sobre o aborto, em conhecido site jornalístico, tendo que sofrer as investidas daqueles que - e é aí que os situo como remanescentes, tamanho o atraso de entendimento denunciado nesta postura medieval perante a Vida! - insistem em definir o ser humano como um aglomerado de moléculas e, a Vida, como subproduto exclusivamente material e fruto de mero acaso absurdo. Pois bem; maiores ataques ainda sofremos ao aludir, ainda que superficialmente, às implicações graves de ordem espiritual relacionadas à prática irresponsável do aborto.


Achincalhe; ironia impiedosa, cruel mesmo, que, nada obstante, não nos fizeram intimidar na argumentação contundente de que, sendo a Vida produto de um conglomerado material cuja criação e controle se acham exclusivamente sob domínio humano, então que aceitassem os defensores deste contrasenso o desafio de, no momento de suas mortes, criarem com sucesso, e voluntariamente, mais vida para si mesmos!

Visto a experiência um tanto desgastante vivenciada no episódio, caríssimos, ficam inegáveis, todavia, dois pormenores lastimáveis: primeiro - existe um percentual encarniçado, nada obstante reduzido (o que torna seus esforços ao menos impertinentes para quem lhes percebe o grau lastimável de limitação de vistas!), de pessoas que destemidamente aferram-se e defendem suas idéias materialistas, da não existência da vida após a morte e da reencarnação, apesar de se verem em pleno século XXI sob os auspícios promissores das últimas descobertas da própria Física Quântica alardeadas por cientistas de renome de todos os quadrantes do mundo em Congressos fartamente divulgados; gente que, - e pasme-se disso! - alegando o carcomido jargão de pertencer à supostamente evoluída mentalidade de primeiro mundo em detrimento às mentes ditas subdesenvolvidas do terceiro, apregoam que a crença num Deus criador primeiro da Vida é prova crassa deste mesmo subdesenvolvimento, e do que definem como "misticismo improdutivo e atraso"; em razão do que, nos países ditos "evoluídos" onde as leis sacramentaram de há muito a prática do aborto (e mesmo com as estatísticas de que esta prática triplicou após esta aprovação inconsequente!), lá, sim, concebe-se com acerto somente escolhas e livre-arbítrio acima do valor desta mesma Vida, e não a moral tacanha obedecida a risca por temor deste mesmo Deus desdenhado e tido pelas supostas mentes de primeiro mundo como "crença involuída", e, neste rastro, assim também os postulados espíritas e a convicção da continuidade da vida e da reencarnação, no processo.

Para os que, como no nosso caso, por força da intimidade não apenas com a Doutrina de Kardec, mas com a convivência prática com a mesma, já adquiriram a certeza pacífica da realidade dessas coisas, achaque nem ironia nenhuma, por mais perversa se mostre no momento da agressividade gratuita, se mostram intimidatórias. Não obstante, preciso que se diga: é decepcionante o grau de intimidação que, talvez que na maioria de espíritas e simpatizantes, tal atitude imprime na hora da polêmica!

Não queremos defender com isto a polêmica improdutiva e estéril. Todavia, é de lamentar que, talvez pretextando questionáveis razões pacifistas, num espaço como aquele, que sabemos fartamente frequentado, e certamente por convictos destas realidades maiores, nem um só se pronuncia para não apenas defender o que configura um panorama melhor no entendimento humano acerca do que lhe diz respeito mais de perto, na sua intimidade mesma, mais cedo ou mais tarde, na hora de mais uma vez defrontar os arcanos da posteridade após a vida corpórea; mas a fim também de, por amor da justiça, esclarecer aos neutros ou leigos presentes o que de caso pensado está sendo distorcido à compreensão de quem lê, maliciosamente e com prejuízo enorme para a correção maior das coisas.

Já dizia Martin Luther King que o que atemoriza não é tanto o clamor dos maus, mas o silêncio dos bons. Faremos uma corrutela para confirmar que o que prejudica de fato não são os ataques, a crueldade manifesta no estado de ignorância profundo contido nos preceitos materialistas; mas a pusilanimidade dos que, de posse da convicção e visão melhores sobre estas questões de interesse e prioridade para o ser humano, como irmãos mais velhos em entendimento, e, em decorrência, detentores de responsabilidades e de uma missão específica quanto a isto - não apenas nada fazem, como ainda intimidam-se!

Amigos: é preciso destemor! Para que evitemos, por mais tempo, a manutenção de mentiras agressivamente mascaradas de verdades! Afinal, o prazo para todos é a sepultura. Nada melhor do que nos encaminharmos para ela antecipadamente conscientes de que se trata de simples portal de passagem para a mera continuidade dos nossos propósitos, e não do que reza o falso conceito de aniquilação de nós mesmos, contrário à lógica de todo o eterno processo de transformação evidenciado pela própria Vida!...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O PADRÃO ESPIRITUAL DE NOSSO LAR



Ouvi, ao acaso, na época da exibição do filme Nosso Lar nos cinemas:

- Ah! Nunca vi, isso! Lá é todo mundo feliz, bonzinho, todo mundo ajudando todo mundo! É felicidade demais, chega a ser açucarado!...

Paradoxal, não?

Então, enquanto por aqui, na materialidade, a todo momento vemos pessoas reclamando do contínuo estado de insegurança; pleiteando condições de paz e de felicidade maiores, nas quais as pessoas talvez convivessem melhor, sem tanto ódio, tanta violência, tanta ansiedade gerada pela nossa dita sociedade competitiva até as raias da selvageria... Nosso Lar, com o seu modelo exemplar de coexistência pautada na harmonia e na colaboração, com as quais - muito se diz - sonham diariamente milhares e milhares de idealistas... Este lugar, na visão contraditória de alguns, "chega a ser açucarado, enjoado"!

Convenhamos...

O que escolhemos para nós, de fato?

Vamos refletir sobre o problema.

O caso, meus amigos, é que somos, por excelência, contraditórios quanto às nossas referências de convivência. E fazemos, na prática, e sem real consciência, exatamente o que preconiza aquele velho ditado: "acender uma vela para Deus, outra para o diabo"...

Sabem por que?! Porque lucramos com isto!

Lucramos com isto nas minúcias despercebidas do cotidiano tanto pessoal quanto profissional. Porque elegemos, neste atual estágio de vida na matéria, o modelo de vida da competitividade; e os parâmetros de competitividade não se pautam pelo senso de colaboração para um bem maior, como haveria de ser. A competitividade, que grassa em todos os setores da sociedade de hoje em dia, se nutre, prioritariamente, do ímpeto predador!

Só auxilio neste ou naquele aspecto dependendo do tanto de lucro ou de vantagens superfaturadas que extrairei da situação. Não, não explicarei todo o cerne do serviço ao funcionário recém chegado para que ele não possa saber demais, e, amanhã ou depois, pleitear a melhoria que de direito é para mim. O familiar passa  por dificuldades? Bem.. dane-se, o problema maior é dele, não meu. Não fui eu quem o criou. Porque tomarei sobre as minhas costas o ônus de mais uma confusão quando já tenho tantas pendências pessoais que mal consigo resolver?

O grande problema desta ótica de vida, caríssimos, é que, e mesmo aqui, as leis de causa e efeito, ou da atração, ou seja lá com que título se chame esta Lei natural da Vida, agem, para o nosso bem maior e sem julgamento de mérito - inexoráveis - e atraem, para cada um de nós, via sintonia, o exato padrão do que irradiamos para fora, para aqueles com quem convivemos. E é a partir desta premissa, portanto, que prossegue o pandemônio mundial no qual nos atolamos ainda sem solução viável ou visível para que uma realidade como a de Nosso Lar fosse também a nossa! Nossa feliz realidade! Não açucarada. Não utópica!

Referir-se a um contexto superior de vida desta forma inexata soa mais como a parábola de despeito da raposa e as uvas. Ora, como ainda não posso tê-las, devem estar verdes, com certeza. A raposa jamais admitirá que não alcança as uvas por incompetência própria. Não! Antes porque, certamente, estão verdes!

Evolução, meus caros! Escolha!

Simples assim!

Enquanto não ensinarmos o serviço ao colega de trabalho para que ele não saiba tanto quanto nós, acontecerá fatalmente de, nalgum momento lá na frente, não podermos contar com a colaboração eficiente deste mesmo colega em momentos de eventuais ausências ou dificuldades em razão direta da miopia desta mesma ganância, a nos lançar para dentro dos resultados da armadilha que a nós mesmos acaba encurralando!

Enquanto o familiar sofredor ficar para lá, e nós passeando felizes no shopping, não poderemos estranhar quando, nalgum outro momento, formos abandonados, solitários, nas nossas indigências e apuros pessoais ou de saúde por parte da mesma parentela que nos terá observado com clareza os métodos nada solidários de agir em horas de se apoiar as dificuldades alheias.

Enquanto, em suma - e como se o mundo se tratasse de um grande e árido parque de miséria, e não o planeta rico e abundante de recursos como de fato é - insistirmos no nosso padrão viciado de lidar com a vida manifesta em nós mesmos e no nosso próximo com base nestes parâmetros mesquinhos, não poderemos, em sã consciência, e com um mínimo de lisura íntima, proferir com honestidade qualquer suspiro de lamentação por um mundo que ainda não temos - única e exclusivamente porque, na prática minuciosa do dia-a-dia, ainda não nos decidimos por criá-lo!

Sempre, e a qualquer tempo, dependerá unicamente de nós mesmos!

Tudo é simbiose! Troca pura e simples, amigos leitores! O mundo lhe dá na medida exata do que você oferece! E, se uma qualidade de vida como a de Nosso Lar nos comparece, espantosamente, como "açucarada", a verdade nua e crua é que assim a percebemos porque, infelizmente, ainda nos comprazemos somente com amargura e fel!

Grande abraço a todos e uma ótima semana!