quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CHEIRO DE OUTONO


Após uma secura de mais de vinte dias sem chuva, ao preparar a janta sinto um cheirinho inusitado, delicioso.
 
Cheiro de ozônio!
 
Sim. A previsão do tempo acertou, e está chovendo lá fora. Logo o cheirinho de terra molhada me presenteia, e inspiro a longos haustos este aroma prenunciador de renovação, de vida! De transmutação. De mudança de estação. Mudança de estação que vem acompanhada da mudança de roupas, de estilos; de estado de espírito. A materialização palpável da transformação, constante nas vidas de todos nós!
 
A mudança é a única coisa permanente. Impermanência dentro da permanência, já nos reza a divina filosofia do Zen.
 
Assim, experimento, deliciada, o cheirinho de terra molhada, observando a chuvinha fina caindo lá fora, à meia luz da iluminação de rua. As plantas e flores de minha varanda celebram após o supremo abafamento do dia - é visível! - e, alheando-me do televisor ligado à minha frente, acomodo-me na sala para admirar e sentir. Com todos os sentidos aguçados - internos, externos! E vem à minha mente, espontânea, a sincronia das minhas próprias mudanças com as novas nuances de estação.
 
Meu trabalho literário espírita está em vias de mudanças. Já uma nova obra está na editora para ser trabalhada ainda este ano, mas em novos moldes. Outra autoria espiritual. Meu mentor, aparentemente, tirou umas férias, e agora uma autora se apresenta com uma história tocante, singela, e, embora aparentemente simples, marcante.
 
Isto me confere uma certa melancolia. De fato, a sintonia fluídica, a nível espiritual com o meu mentor desencarnado, Caio Fábio Quinto,  sempre se fez tão forte, que as seis primeiras obras vindas a público fluíram como rio cristalino, sem maiores impedimentos. A química fluídica acasalara-se com grande justeza, e já me habiturara à presença forte, inconfundível deste meu tutor desencarnado, esquecendo-me, de vez em quando, de que no trabalho espiritual literário empreendido - e a exemplo do que asseverara o nosso saudoso Chico Xavier - mais não comparece, o médium consciencioso, do que como o lápis. O carteiro das mensagens e histórias embevecedoras que os nossos amigos do lado de lá nos transmitem. De modo algum, pois, o médium psicógrafo, em tarefa assim, se pode entregar a personalismos e caprichos. Assim, venho fazendo por onde me coscientizar desta verdade, e buscando me adequar a esta mudança de estação particular nas nossas atividades mediúnicas.
 
Chega, pois,  o outono devargarzinho, trazendo novidades e aromas frescos, deliciosos, no ar. Chegam novidades de família, de amigos, de vida profissional, como não poderia deixar de ser.
 
Vai se findando o segundo mes do ano... E chegam novos amigos da banda invisível da vida, somando amizade e disposição para nos contar mais do muito que ainda nos cabe descobrir sobre as realidades maiores da existência nestas dimensões maiores, a respeito das quais os detalhes, gradativamente, vão caindo no domínio da população reencarnada com mais celeridade desde o recrudescimento das atividades mediúnicas, a partir da indizível consolação dispensada pela Codificação Espírita, com Allan Kardec.
 
Caio Quinto, meu mentor destas esferas maiores da vida e autor das nossas obras anteriores, certamente prossegue ao meu lado, como ele mesmo me asseverou há alguns dias - apenas que recuando um pouco para posição menos ostensiva nos nossos trabalhos literários, a fim de abrir chance a novos colaboradores que se juntam a nós para a atividade em parceria. Seria errado, portanto,  alimentar melancolia e injustificada sensação de desamparo, a partir disso!
 
As mudanças de estação na Terra são fomentadoras de enriquecimento do solo, dos ânimos, das oportunidades... da Vida!
 
As transformações no nosso cotidiano também. Tudo é sempre inédito, e sempre e sempre se renova, e se transmuta, se bem soubermos identificar, nos aromas sugestivos da Vida e da Terra que nos chegam hoje, os indícios das chances renovadas para se criar o dia de otimismo de amanhã!

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