domingo, 27 de março de 2011

O PULO DO GATO


Dentre tantas ocasiões nas quais esta poderosa lei governante da Vida se fez presente nos acontecimentos de minha vida sem ser devidamente observada ou trabalhada, recordo-me especialmente de três episódios.

Num, há muitos anos atrás, minha mãe reclamava reiteradamente de vizinhos barulhentos morando no apartamento acima do seu, cujos distúrbios, sem esperança de solução possível, já lhe provocavam insônia e ameaçavam a sua integridade emocional. De fato, os barulhos se estendiam sem horário. Eram ruídos de limpeza e vassouras varrendo madrugada adentro, crianças jogando bola altas horas da noite, e ia por aí. De nada adiantavam reclamações do síndico, ou a única queixa que minha mãe ousou dirigir à dona da casa em determinada ocasião, com toda civilidade, argumentando que não vinha conseguindo dormir por conta das partidas de futebol que o garoto mais velho costumava promover em seu quarto madrugada adentro.

Ao contrário, parecia que as reclamações recrudesciam o nosso padecimento. Porque, moradores proprietários, um casal com uns tres filhos, ao que se percebia, principalmente a mulher entendia que, pelo fato de ter apartamento próprio, eram eles donos do edifício, e fariam o que bem entendessem em qualquer horário que fosse, desafiando as leis de condomínio que estipulam, em prol do bem comum, o devido silêncio a partir de determinada hora noturna.

Lembro-me bem de que, mais por inspiração forte originada no aconselhamento do meu mentor desencarnado e nos ensinamentos Kardecistas da Causa e Efeito, do que propriamente por conhecer, em consciência, o mecanismo das leis regentes da vida no universo, repetia para minha mãe:

- Calma! Tenho para mim que a passagem do tempo dará um jeito nisso. Vá mentalizando um pedido de ajuda aos mentores do invisível, que, em tendo merecimento, seremos auxiliadas!...

- Mas eles são proprietários de muitos anos no prédio! Não há a menor chance de quererem se mudar daí!

- Vamos esperar! - eu insistia.

E a situação se prolongou por talvez uns três anos. Até que, para o nosso pasmo, num belo dia chego da faculdade e encontro a minha mãe exultando.

Descobrira, através de conversa com o síndico, que sem mais nem menos resolvera a família turbulenta se mudar para novo endereço na zona sul do Rio.

E de fato aconteceu, a partir do que nos deu vontade de comemorar com uma festa! Pus música em casa, dancei e sapateei! E nunca, de fato, soubemos o que motivou a guinada súbita nas coisas - sem atentar para o que eu vinha trabalhando conscienciosamente no modo de pensar de minha mãe, no sentido de confiar nas respostas às suas preces e nas mudanças de futuro para a resolução do problema.

O outro episódio pitoresco, já o narrei em artigo anterior, a respeito da bicicleta que desejei com franqueza ganhar, quando meu marido me anunciou que haveria sorteio de brindes na festa de final de ano da fábrica na qual trabalha - dentre eles, justo bicicletas!

- Olha, torça aí para ganhar uma! E aí você me dá de Natal! Adoro andar de bicicleta, mas desde a infância não o faço, não tenho bicicleta!...

- Mas onde diabos enfiaremos isto em casa?!... - ele ainda contestou - Não há mais espaço pra nada!

- Não importa! Torça aí!...

Esqueci do assunto, e, vai umas semanas, em bela tarde de final de ano próxima ao Natal, a festa na fábrica está lá, se desenrolando, e eu de férias com meus filhos em casa, feliz da vida, nem me lembrava mais do que pedira ao meu marido. E de repente ele me telefona em meio a uma gritaria ensurdecedora. Um seu amigo fala comigo ao telefone, aos gritos, entusiasmado:

- Ele ganhou! Ele ganhou!...

Sem nada entender, estática, só fui me dar conta plena do que acontecia quando, tomando o fone da mão do outro, meu marido exclama, até ele meio abobado:

- Acredite ou não, ganhei a bicicleta! Ganhei!!! Uma bicicleta azul!!!

E foi assim que, ainda hoje, lá está uma bela bicicleta azul guardada no terraço do prédio onde resido. De fato, houve lugar para guardá-la; e volta e meia me divirto com ela. Mas quando este episódio aconteceu, eu já tinha lido obras importantes, como *O Segredo, de Rhonda Byrne, e tudo que passei a fazer foi me esmerar em aplicar o mais possível, e conscientemente, uma lei natural regente de nossas vidas, que conhecera anteriormente, nos meus estudos Kardecistas, como a Lei de Causa e Efeito - maravilhando-me com os resultados!

O terceiro acontecimento foi bem recente.

Almoçava com o chefe do meu departamento ano passado, numa tarde durante a semana, comentando com ele que estranhava que o horário da Justiça fosse desde sempre o de onze horas da manhã até as dezenove horas, quando todo mundo normalmente trabalha entrando de manhã cedo e saindo por volta das quatro, cinco ou seis horas. Dizia como seria, para mim, bom e conveniente que isto mudasse, me proporcionando a chance de entrar mais cedo para sair mais cedo, podendo assim resolver com maior desenvoltura inúmeras situações que precisavam de mais liberdade de movimentos durante o dia e de mudanças relacionadas a particularidades do meu cotidiano.

Sem a menor esperança de que isto acontecesse nalgum momento, porém, a conversa ficou naquilo; meu chefe teceu alguns comentários casuais e mudamos de assunto.

Pois há poucas semanas a notícia nos colheu de inopino: o Conselho de Justiça determinara que se estendesse o horário de atendimento aos advogados. Com isto, mudanças várias foram necessárias para se adaptar o funcionamento dos Tribunais e foruns, ocasionando, a partir daí, jornadas diferenciadas nos setores. E, assim, pude ter atendidos, maravilhosamente, os meus anseios de modificações na rotina profissional, de modo a resolver melhor outras tantas coisas atinentes ao cotidiano da minha vida familiar!

Ontem, percorrendo as livrarias, dei com a nova obra de Rondha Byrne: O Poder, que detalha e esclarece ainda melhor o tema que deslumbrou o mundo na época do lançamento do best seller O Segredo. Como espírita convicta, estas são obras que viraram meus livros de cabeceira, aos quais recorro volta e meia para refrescar a mente e reajustar novamente pensamentos, emoções e atitudes inadequadas. De forma que recomendo a todos aqueles que já descobriram e buscam utilizar este ouro da mina a leitura do livro maravilhoso, despojado.

Nele, a Verdade que nos foi encoberta desde há séculos como autêntico pulo do gato nos é esmiuçada, sem meios termos, para franco uso e abuso de todos os que querem simplesmente viver nobre e sabiamente. Com harmonia e com inteligência para com todos os seres e dons da Vida, objetivando o que, no fim das contas, todos nós queremos para nós mesmos e para os nossos filhos: a felicidade!

Mas aqui, e agora!...




* O Segredo nos fala sobre a Lei da Atração - lei natural da qual todos nós fazemos uso mesmo sem ter consciência disso, atraindo para nossas vidas minuto a minuto tudo em relação a que estabelecemos sintonia através do uso do livre arbítrio. Em síntese, nós somos os criadores e únicos responsáveis pelo nosso destino, atores, diretores e produtores de nosso próprio filme, a um só tempo.

3 comentários:

  1. Somos Co-Criadores Chris... nunca o podemos esquecer.
    Gratíssiomo!
    Álvaro de Jesus

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  2. ola boa tarde gostei de ler e compreender este vosso maravolhoso texto. beij .

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  3. Querer é poder, sim... Existe a fé humana e a divina. Na excelente obra de mestre Allan Kardec há um tema: "A fé divina e fé humana", cap. 19 item 12. Quando se tem fé nas próprias forças, certeza de ver concretizado algo que dimana da vontade, realiza-se o motivo de nosso desejo, por isso se diz: "força de vontade". Se toda pessoa tivesse consciência do potencial de suas faculdades que, aliás, jaz latente no íntimo de todos, ela faria desabrochar e desenvolver o que almejasse. Há, porém, vontades positivas e negativas... Quanto à lamentável ocorrência dos desrespeitosos e insensíveis vizinhos, portanto incivilizados, desse problema sei muito bem (nem sei se deveria usar desse termo,"incivilizados", uma vez que entre os grupos chamados selvagens existe respeito e disciplina). Todavia, eis um bom exemplo de dignidade, espelhado na força moral da mãe de nossa autora, secundada por esta, relato mencionado neste agradável texto, pela razão de ter suportado com paciência algo tão crucial, difícil mesmo de se experimentar. Diga-se a propósito, um amigo meu, delegado de polícia daqui de São Paulo, afirmou que a respeito dessa situação, dependendo da gravidade dos fatos, não tem nada a ver com horário; uma vez incomodada, seja de dia ou de noite, a pessoa deve sim fazer um boletim de ocorrência. Certas criaturas precisam aprender que o seu direito termina quando o do outro começa. Esse tipo de vizinho deveria estagiar uns tempos em uma daquelas aldeias do Xingú ou numa aldeia da região dos massais, na África, para ver o que é ser civilizado!
    Parabéns, blog atraente, cores agradáveis.

    Grande abraço

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