sábado, 31 de março de 2012

O DIFERENCIAL DA MEDIUNIDADE

 
influencias


Uma leitora me envia esta semana um poema interessante abordando a questão da fragmentação de personalidade, o que de imediato me remeteu às questões envolvendo as dúvidas sobre o território mediúnico, neste contexto, já que estudos intensos a respeito da diferenciação de ambas as experiências humanas são realizados no mundo inteiro, no esforço de se discernir entre a patologia mental e a vivência multidimensional.
 
De saída, poderia enumerar particularidades da própria experiência de quase trinta anos convivendo com episódios da lavra mediúnica, para salientar que o primeiro e importante distintivo em favor da identificação desta característica inerente a todos nós - apenas que mais desenvolvida nuns do que noutros - seria o da iniciativa própria das influências com quem interagimos durante os episódios de contato, ou de intermediação entre os habitantes dos dois lados da vida. De modo que, se recentemente relatei que, sozinha, a caixa do meu violino se colocou de pé em meu quarto, com o testemunho de meus dois filhos, em decorrência do que de imediato reconheci um evento de efeito físico provocado pelo meu atual parceiro de labor na intermediação das obras psicografadas, eis, aí, já um indicativo de duas constatações fáceis:
 
- A primeira: a iniciativa do fenômeno partiu de um fator externo à influenciação mental da médium em questão, de vez que, após horas sem entrar no cômodo, deparei, em lá voltando, com uma modificação no objeto aludido cuja autoria não foi minha, e sim do espírito que quis fazer notar sua presença, alterando a posição da caixa do instrumento, mencionada no artigo anterior.
 
- A segunda: O fenômeno foi constatado por mais duas pessoas, e, in loco, pela minha filha, presente no quarto comigo no instante em que pela segunda vez o objeto se deslocou "sozinho", como se dotado de vontade própria.
 
Vezes houve, em outras ocasiões, nas quais coisas outras espatifavam ou se deslocavam por si mesmas; em que, por desdobramento, parentes falecidos nos visitavam anunciando fatos que se confirmavam logo depois; ou, ainda, autores de nossas obras interrompiam o funcionamento correto do software de edição do meu pc, quando não concordavam com algum detalhe ao longo do processo de recebimento dos livros, destravando-o tão logo o alterava. Encaminharam objetos oportunos ao meu encontro e, por outra, me encaminhavam para situações das quais necessitava para realizar a contento um projeto de parceria mediúnica, durante as fases de transmissão das obras.
 
Enfim, o que se quer realçar é a autoria externa em todos estes episódios, sempre se dando à revelia de qualquer interferência ou intenção da parte do médium, o que se constituí num fator conclusivo natural e contundente de que não se tratam, estes casos, de eventos alucinatórios de qualquer espécie, de vez que se dão, numas vezes, na presença de outras testemunhas, ou noutras tantas desaguando em efeitos de ordem objetiva e prática sem a menor participação voluntária do médium em questão. Ainda, ao que consta nos informativos médicos sobre a fragmentação de personalidade, ou episódios de esquizofrenia, segundo estudos do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, a exemplo, a mediunidade se caracteriza pelos seguintes indicativos importantes:
 
- Ausência de sofrimento psicológico; ausência de prejuízos sociais e ocupacionais; duração curta da experiência; atitude crítica (ter dúvidas sobre a realidade objetiva da vivência), compatibilidade com o grupo cultural ou religioso do paciente; ausência de comorbidades (coexistência de doenças ou transtornos); controle sobre a experiência; crescimento pessoal ao longo do tempo, e uma atitude de ajuda aos outros.
 
Se, portanto, a experiência mediúnica de qualquer ordem acontece de dentro de um quadro de desempenho normal do ponto de vista mental e físico, isento de indícios de desequilíbrio e de descontrole em quaisquer áreas nas quais o indivíduo atue; se, a par das suas atividades neste contexto, observa sempre atitude de avaliação crítica para o que lhe acontece - primeiro requisito do médium lúcido e avisado, inclusive, contra as armadilhas forjadas por obsessores contra um trabalho que deve sempre visar o esclarecimento e a evolução do espírito humano. E se, além disso, sob o prisma do que realiza ele promove melhorias de ordem pessoal, no seu universo emocional e psíquico, além de beneficiar, de acréscimo, tanto os que com ele compartilham tais atividades em nível de parceria, bem como os que delas usufruem de seus resultados, pode-se tranquilamente enquadrar tal pessoa na definição de médium clássico, que convive em regime de interação saudável com a multidimensionalidade da existência, favorecendo a vida com esta troca que, em última instância, também o beneficia com uma noção mais acertada do que concerne os nossos objetivos enquanto ainda estagiamos aqui, nos períodos transitórios das experiências na materialidade.
 
 
Nosso saudoso Chico Xavier também viu-se rotulado levianamente como um vitimizado, voluntaria ou involuntariamente, por transtornos mentais, produzindo fraudes batizadas indevidamente, segundo esses mais desinformados da significação maior destes fenômenos, de contatos com desencarnados. O passar dos anos, todavia, e a evolução da informação e dos estudos científicos no sentido do esclarecimento desta faceta comum a todo ser humano, situaram-nos em tempos nos quais requer-se maior vigilância e necessidade de estudo dos que ainda não compreendem, a fim de preservar-se de, mais à frente, deparar-se compulsoriamente com uma verdade que não pedirá a eles licença para existir.



Nenhum comentário:

Postar um comentário