domingo, 24 de novembro de 2013

EXISTE HIERARQUIA DE MÉDIUNS?


EXISTE HIERARQUIA DE MÉDIUNS?


"II – Influência Oculta dos Espíritos Sobre os Nossos Pensamentos e as Nossas Ações

459. Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?

... - O médium espírita consciente dessas influências passa a perceber com mais intensidade pelas suas sensibilidades, a presença .do mundo espiritual a guiá-lo, e entre ele e os seus guias espirituais estabelece-se uma corrente permanente de comunicações...

— Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos dirigem.

460. Temos pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos?

— Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto, e freqüentemente bastante contraditórios. Pois bem, nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem.

461. Como distinguir os nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos?

— Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem no primeiro impulso. 

464 Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito?

— Estudai a coisa: os bons Espíritos não aconselham senão o bem; cabe a vós distinguir."

Excertos de O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

Transcrevi os excertos de estudo de um dos livros pilares da Codificação Espírita para realçar a citação, disseminada amplamente na própria Doutrina, de quemediunidade é dom comum a todos! Pode ser manifestada de entremeio a uma variedade imensa de nuances para cada perfil de sensibilidade individual, mas fato é que se faz sentir ao redor do globo indiscriminadamente, e, em inúmeras ocasiões, a revelia de crenças e descrenças. 

Mediunidade, frise-se, é dom tão natural quanto a audição ou o paladar, e não constituí, assim sendo, matéria de fé - a despeito de que, e também é enfatizado em Kardec e outros mediadores dos espíritos, o mundo espiritual, quando movido por ideais de luz, não interfere no livre-arbítrio humano, principal ferramenta de aprendizado durante o período da reencarnação! Se sugerem e inspiram, portanto, e constantemente, de um lado, para o bem, também não violentam, os bons espíritos, a escolha alheia, e aí fica bem traçada a distinção entre a influenciação espiritual de boa lavra e a obsessiva!

É necessário o retorno constante ao tema, por meio de todas as ferramentas de elucidação espírita, por se tratar de tópico importante ao esclarecimento de muitos indivíduos que, por não se inteirarem com a eficiência devida dos mecanismos da mediunidade, fazem da matéria leitura e entendimento tosco, para depois sair por aí alardeando inverdades, ou verdades incompletas, ou tremendamente tendenciosas.

Não é de hoje que ouço e leio a expressão dúbia: grandes médiuns! Analisemos. De costume, quem são os pilares da disseminação espírita? As referências literárias, de estudiosos ou de intermediadores mediúnicos - missionários, ou de prova - para o homem reencarnado de cada tempo. São inúmeros, e, como divulgadora dos dias atuais, os enalteço e lhes rendo minha eterna gratidão pelo norte que, com sua sensibilidade e atuação, ofereceram para as gerações futuras, entre as quais eu e outros participantes do Movimento Espírita se incluem. Nosso saudoso, querido Chico Xavier, com sua mediunidade verdadeiramente missionária; Leon Denis; Zilda Gama, Yvone A. Pereira; Hermínio Miranda e muitos, colaboraram com brilhantismo na seara de esclarecimento das verdades espirituais, cada qual com sua luz própria, seu papel diferenciado. Todavia, amigo leitor, há que se observar discernimento na hora de se analisar a expressão, hoje ampla e inadvertidamente difundida, "grandes médiuns", de vez que, sem a devida cautela, acaba desvirtuando a compreensão sobre o assunto para uma feição discriminatória e inquisitorial, dentro do próprio meio espírita, e, por consequência natural, entre o público simpatizante e pesquisador destes temas de importância para a evolução humana.

Os amigos leitores já pararam para pensar o que seria do conhecimento das verdades do espírito se novos divulgadores e trabalhadores de boa vontade - refiro-me aos que, com honestidade, e vindo ao mundo comprometidos com a tarefa de fazer bom uso do dom mediúnico, agem com sinceridade para continuar a missão de vulto iniciada pelo professor Rivail - não perpetuassem os esclarecimentos? Admite, o estudante interessado e esclarecido, que a evolução não é multidimensional, e que, tal como se dá no mundo material onde estagiamos, também as esferas da invisibilidade não se modificam para melhor? Em paralelo, considera a palavra milenar do próprio Cristo aos apóstolos - aliás, alguns dos quais, embora homens comuns, sendo também médiuns naturais - de que "nem tudo ainda poderia ser dito, devido à pouca compreensão dos homens"; mas que, no tempo certo, outros viriam para dar continuidade às revelações que oferecia à humanidade, dentre as quais a existência da reencarnação, habilidosamente retirada do contexto evangélico pelos Concílios católicos interessados na manutenção do poder temporal!

Com base na rápida análise desses fatos, podemos extrair conclusões importantes: 

1 - Reencarnação, mediunidade, e seus desdobramentos são leis naturais, embora mal compreendidas por muitos mergulhados nas lutas das vidas materiais, de vez que o próprio João Evangelista, como homem simples do seu tempo e no labor profético, foi um dos mais realçados exemplos de que a ação mediúnica acontece sem juízo de lugar, de época ou de patamares sociais;

2 - Por conseguinte, e tendo em conta a definição detalhada dos próprios espíritos da Codificação, a atividade mediúnica é constante e equânime. Acontece a revelia mesmo da percepção mais clara de quem a utiliza, com maior ou menor consciência, e, nos últimos casos, explica-se o véu sutil do modo como ocorre pela necessidade de que exercitemos a ferramenta evolutiva preciosa do livre arbítrio durante o nosso aprendizado na matéria;

3 - No caso do médium consciente, a percepção mediúnica se faz mais exaltada, em razão do que estabelece, com maior facilidade ainda, uma rede de comunicação intensa com os espíritos com quem atua, seja em diálogo mental, nas atividades das casas espíritas, como passista, ou na seara da literatura espírita. 

Hoje, assim, a atividade dos indivíduos reencarnados exercitando um simples dom prossegue, inexorável. No que se refere a quaisquer modalidades de trabalho, despontam os de maior expressão missionária, como Chico Xavier. E admite-se bom ou mau uso do dom mediúnico! Todavia, não existem hierarquias mediúnicas, - grandes e pequenos médiuns, - no sentido depreciativo de que muitos lançam mão, maldosamente, visando anular os esforços de inúmeros novos trabalhadores idôneos, para confinar a validade de atuação espírita à uma caixinha inquisitorial, na qual cabem somente os divulgadores anteriores que, por esta ou aquela razão, obtiveram algum destaque midiático! Pois isso representaria irrealidade incompatível com a dinâmica de ação dos espíritos orientadores, e estagnação consciencial inadmissível da humanidade reencarnada, contrariando o próprio plano evolutivo! 

sábado, 9 de novembro de 2013

NO PASSAR DO TEMPO...



"NO PASSAR DO TEMPO...

No passar do tempo
em que o galope seco
deu em lugar nenhum...
E para tudo me levou...
Encontrei ruídos,
deflagrei as guerras,
exaltei meu nome
no sopé dos montes,
e arruinei meus atos
no topo das conquistas...
No passar do tempo,
levei para longe
meu corpo, e o entulho
dos minutos,
dos dias,
Mas as algemas do tempo
não me permitem ficar...
Pois roubaram-me o canto,
e calaram a melodia
que acalmava os pesadelos
de sangue dos rastros da noite...
Queria a prisão voluntária,
e a vitória escondida
na voz mais simples soprada
em meio às flores dos campos,
na maior das minhas dores!
A doce ira me amava
das alturas inocentes
do seu perigo sereno...
No passar do tempo
eu voltei...
Sem o galope seco
das batalhas em rumo
ao nada!
E o que mais vale é que a encontrei"...

Arkell, Trobador (trovador)

domingo, 27 de outubro de 2013

O Reino Esquecido (3-3) - O Dia do Juizo - A Canção (cátara) de Sibila -

O Reino Esquecido (1-3) - A Tragédia Cátara

O Reino Esquecido (2-3) - A Cruzada Albigense - A Aniquilação do Catarismo


Imagem: http://www.milhasdeamor.com.br/clave_de_sol.htm


UM CASO MEDIÚNICO – A CLAVE DE SOL


Durante o mês de setembro, justo o que marca os oitocentos anos de um dos maiores massacres da história (o que descobri recentemente, de vez que nada conhecia do termo 'cátaros', e dos acontecimentos trágicos da tentativa do seu extermínio pelas Cruzadas do poder católico medieval) esta palavra, cátaros, principiou a ser "assoprada" na minha audição interna pelo autor desencarnado dos meus livros mediúnicos, sem que eu compreendesse bem o que estava havendo. Sei que, em decorrência disso, gastei uns dias metida numa espécie de obsessão em ouvir meus cds do projeto Era, do francês Eric Lévi, de quem ouvira menção por alto de ser, ele, e os integrantes deste grupo musical, adeptos, ou simpatizantes, do Catarismo. Mas até então, meu conhecimento disso acabava aí.

Em simultaneidade, imagens oníricas povoavam minha mente durante estes períodos de relaxamento e semi-desligamento do espírito, em estados de devaneio que, literalmente, me lançavam n'outra dimensão, fora das agitadas tribulações do dia-a-dia. Via-me trajando roupas claras, despojadas demais, de pés no chão. Muito mais jovem, talvez, e, estranhamente, também cantando. Imergia numa mistura confusa de bem-estar com melancólica nostalgia. E, de entremeio, parecia ouvir com nitidez aquela voz, à qual já me habituei desde alguns anos atrás, quando comecei a receber as suas obras mediúnicas - o espírito Iohan - o querido músico, habitante das esferas espirituais mais saneadas em torno do orbe: - "Catarismo. Cátaros! Preste atenção nisso! Interesse-se!

Até que, em determinada altura, já enveredando pelo mês de outubro, e compreendendo que não conseguiria me livrar do clima peculiar de ordem espiritual que me dominava, afinal cedi ao impulso da estranha afinidade pelo termo, como se o reconhecendo de algum lugar de dentro de mim mesma que não conseguia definir. Pesquisei por alto no Google, e um emaranhado de páginas a respeito, para minha surpresa, surgiram. Uma, dentre todas, atraiu de abrupto minha atenção: a que fazia menção a dois livros, chamados 'Os Cátaros e a Heresia Católica', do autor espírita Herminio C. Miranda, e 'Os Cátaros e a Reencarnação' - ao que, já surpreendida, e dominada de modo inevitável por aquele tipo de "faro" espiritual que já conheço de muitas outras ocorrências no trabalho mediúnico em parceria, abri o texto, versando sobre as obras de títulos tão formidavelmente sugestivos, de vez que a iniciativa de procurar saber sobre isso obedecia à irresistível interação com um mentor desencarnado que, desde um mês antes, me arrastava de encontro à pesquisa iniciada, todavia, sem jamais supor que logo o primeiro link apontaria para uma faceta extraordinariamente afim ao cerne dos assuntos que desenvolvo na produção de livros espíritas.

Quanto mais lia, mais me espantava - acima de deparar os assuntos sobre reencarnação intimamente entranhados aos contextos cátaros, principalmente por identificar, em mim mesma, de família e princípios Kardecistas, uma radiografia fiel de toda a ideologia que abraçaram naqueles tempos distantes, na prática mais entranhada do meu cotidiano - de vez que, praticantes de um cristianismo que buscava resgatar suas origens, de resto, pregavam a reencarnação, a cura por imposição de mãos, e a interação direta com Deus prescindindo de intermediários, o que, diga-se, fora a razão pela qual enfureceram a Igreja Católica, ao ponto desta mobilizar o ataque brutal das cruzadas contra aqueles que denominaram hereges, mas que mais não eram que cristãos dos mais autênticos - apenas que tendo escolhido seguir os mesmos Evangelhos repudiando frontalmente a ritualística, a pompa e o dogmatismo da Igreja Romana, já distanciada dos característicos e objetivos iniciais da missão sublime de Jesus, quando esteve entre nós.

Dentre tantos outros detalhes que, sem medo de incorrer em precipitação por algum impulso adolescente, identificaram-me de pronto como exemplar fidedigno de cátara reencarnada, fechei a pesquisa, praticamente em choque. Antes, havia descoberto alguns títulos importantes sobre o tema, mas, antes de me decidir a comprá-los, arriscando alguma mescla indutiva nas atitudes que tomaria a seguir, resolvi indagar de novo e diretamente do mentor amigo a respeito do significado daquilo tudo - que já intuía! - e que ele só fez confirmar, por intermédio do diálogo psicográfico mantido na primeira oportunidade, em momento suficientemente tranquilo do meu repouso noturno. Fora, ele, como supunha, um cátaro? Queria, com aquela insistência em atrair minha atenção para o tema, indicar que deveríamos discorrer sobre isso n'alguma de nossas próximas obras? A resposta veio clara, direta: "Fomos!" - Frisou - "Fui trovador e cátaro” E, em contínuo, confirmou que pretendia narrar a respeito em obra ainda a ser iniciada, acrescentando algumas particularidades que, por ora, deixo de fora do conhecimento do leitor, porque o objetivo, aqui, é narrar o fenômeno de ordem mediúnica maravilhoso havido em seguida - talvez um dos mais efetivos que já me colheram ao longo dos anos, durante os quais me engajei na divulgação da doutrina espírita! 

Sempre criteriosa, e incerta – com o lado racional buscando explicações para o que só se justifica no universo das leis que regem as extensões da vida do mais além - saí de novo em buscas na internet de algum possível elo entre o termo "trovador" e "cátaro" - e a resposta, novamente, eu antecipava, com a mesma audição de dentro com que ia identificando os vínculos de todas as peças destes acontecimentos extemporâneos. Mas, novamente enchi-me de encantamento! 

Encontrei outro endereço virtual, onde se mencionava os muitos pontos em comum da poesia e da música provençal com o catarismo, e o fato de que era comum que os cátaros fossem trovadores! Isto, apenas, bastaria para apaziguar todas as inquietações pelo que acontecia, e para me convencer a adotar a sugestão insistente que o amoroso amigo desencarnado vem me sugerindo, paciente, e desejoso de, a todo custo, me oferecer as certezas de que eu precisava. Até que, hoje cedo, o presente celestial definitivo caiu-me em mãos, na forma de um dos numerosos fenômenos de materialização já tão narrados na literatura espírita, e que os nossos afeiçoados da invisibilidade sempre nos proporcionam em momentos chaves; em horas nas quais precisamos adotar rumos seguros na tarefa delicada de transmitir aos reencarnados as convicções da continuidade da jornada humana para além da matéria.

Apanhei de cima da mesa, antes de ir ao trabalho, o primeiro livro que acabava de adquirir sobre o catarismo, justo o aludido acima, de Hermínio Miranda. Olhei a contracapa e, intrigada, julguei tê-la manchado com leve marca digital; mas, fixando a vista, mal consegui acreditar no que via: uma clave de sol, perfeitamente delineada em meio a estranho contorno acinzentado, era visível, nítida, bem acima do termo "catarismo" grafado no texto de contracapa abaixo! Aparecera do nada, de um dia para o outro, pois até a noite anterior, em absoluto, não existia! Era, portanto, a resposta material; o sinal indiscutível oferecido pelo amigo amorável das esferas invisíveis, a fim de aplacar em definitivo todas as minhas hesitações, as últimas dúvidas! 

Então, tudo devidamente esclarecido, Iohan! Fique eternamente com a minha gratidão, com o meu encantamento - com o meu profundo carinho!

E, mãos à obra!...

domingo, 15 de setembro de 2013

A DISTÂNCIA DE UM EMAIL...



Uma questão que embatuca a muitos, enquanto estamos reencarnados, diz respeito às realidades da distância nula entre nós e aqueles que nos contatam a partir das dimensões espirituais. Nossas percepções e raciocínio, confinados nas restrições ríspidas de um corpo material, encontram dificuldades para entender, quando eventualmente mentores, guias ou amigos espirituais nos asseguram que nos atendem instantaneamente, em resposta a um único dos nossos pensamentos em busca de orientação ou inspiração, ou a mais tênue chamado, nos nossos instantes de carências durante o desenrolar dos acontecimentos cotidianos.

Fazem-se presentes em lapso insignificante de tempo - ou mesmo em lapso inexistente de tempo! O modo de resposta das regiões vitais do espírito, de fato, responde de maneira completamente diferente do que por aqui compreendemos a conta de intervalo prático, em termos de espaço e tempo. Espaço e tempo estes, que, ao que tudo indica, inexistem em muitas circunstâncias, nestas outras regiões da existência; e não é preciso exatamente que nos transportemos deste para o outro lado da vida para adquirir convicção desta verdade, vista a fartura dos casos de telepatia havidos com incontáveis seres, ainda enquanto continuamos reencarnados. 

Em quantas vezes, de fato, já não nos terá acontecido de alguém em quem pensávamos, ou de quem falávamos, nos atender com um telefonema repentino, ou mesmo com a sua presença abrupta, depois de muito tempo sem que o tenhamos visto?! Ainda esta semana me aconteceu um episódio condigno, ao perguntar a uma colega de trabalho sobre um indivíduo de quem não sabia notícias há meses, e, no mesmo instante, ele entrar secretaria adentro, para o meu mais franco espanto!

Dias atrás, ensimesmada, e outra vez inquirindo meus mentores a respeito das dificuldades encontradas de maneira recorrente para a compreensão devida do modo como estes fatos se fazem possíveis, tanto lá, nas paragens do espírito, quanto na interação que conosco os seus habitantes mantém, de uma dimensão para outra, me aconteceu de obter simultaneamente duas respostas: uma, prática, quando, em resposta quase imediata a este questionamento íntimo, envolvendo também certa dúvida sobre a minha convivência com a espiritualidade, poucas horas depois, no momento do desprendimento noturno, e para a minha mais franca surpresa, Iohan me surgiu em circunstância inusitada que, todavia, representava esclarecimento claro e indiscutível para o meu dilema. A outra resposta, em contínuo na manhã seguinte, vinda dele mesmo, foi teórica, ou melhor dizendo - oral, durante um daqueles costumeiros diálogos mentais.  

Iohan me disse, com o seu bom humor usual:

- O que eu não compreendo é a forma como vocês conseguem complicar o que é sempre mais simples do que as suas elaborações empoladas de raciocínio! Por qual razão não perde tempo se questionando sobre a forma como alguém, lá em Portugal, se comunica com você instantaneamente, via e-mail, à distância instantânea de um mero clique?! As misteriosas leis da informática, já que se originam na fria tecnologia material, impositiva, dominadora, lhe asseguram a prática desta realidade, e você simplesmente a aceita e usufruí, sem duvidar da sua existência uma vez que seja em razão de não compreender as complicações técnicas de como acontece! Você apenas confia nos resultados e a utiliza! Um único clique lhe aproxima, portanto, e em intervalo nulo de tempo, de alguém que esteja tanto no Japão quanto no Canadá, ou na Europa, não importa! Também, uma pressão digital na tela do seu celular, e no mesmo instante você está falando com seu filho em outro estado do Brasil! É assim que funciona, my dear! E, embora você não compreenda a fundo a técnica e as leis da informática, a utiliza, acreditando nos seus efeitos! Pois bem: em quantas vezes, também, já não teve fartura de demonstrações deste enigma para os reencarnados, que, à semelhança das energias reinantes no universo da computação do mundo material, age com base em leis apenas ainda não decifradas com clareza pela ciência terrena? Todavia, tão reais quanto aquele universo, contam com demonstrações a farta, até mesmo enquanto você ainda está aí, no seu cotidiano transitório de uma vida corpórea! My dear: pense que, com base em leis universais semelhantes, regentes das energias do espírito, estamos afastados de você ao modo daquela mesma distância nula de um e-mail! Assim agem as energias livres do pensamento e do espírito! Pense em nós, somente - e ao seu lado nós estaremos! É simples assim!...

É simples assim, meus amigos! De fato, é! E basta, para isso, que atentemos às sutilezas do nosso dia-a-dia, naqueles nossos instantes eventuais de aflição, em que entramos em prece, ou em súplicas mudas de amparo aos habitantes deste mundo mais sutil, para onde um dia todos voltaremos!

De uma forma ou de outra, normalmente inesperada, surpreendente, eles se fazem presentes, falando conosco, interagindo - e dão um jeito de nos demonstrar este fato!

Nada é tão complicado quanto tememos ou queremos! Como diz Iohan, é simples assim! 

Em função da simplicidade de meras leis regentes da vida, eles estão à distância de um e-mail, assim como também a beleza verdadeira e a felicidade mais genuína das nossas existências estão a mero passo da nossa percepção! Não fora - mas dentro! No reconforto de uma consciência tranquila que nos segreda que, se ainda não nos aperfeiçoamos tanto quanto estamos destinados, pelo menos tentamos, com a melhor de nossas intenções e dos nossos esforços! No céu azul da primavera, e nas flores graciosamente dispostas no ipê rosado e florido, mas desprezado pelos passantes apressados, a nos embelezar a esquina da rua tumultuada onde residimos! No nosso trajar discreto, mas confortável; num modo modesto e tranquilo de ser!...

Como nos ensina aquela mesma mensagem de e-mail que retorna, recorrentemente, à minha caixa de entrada a cada ano, intitulada "O tempo que Foge": Descobri que já vivi mais da metade da minha vida, então agora quero apenas o essencial(...) / Recuso-me a perder tempo mediando diferenças entre desafetos que se desentenderam por causa do majestoso cargo de diretor do coral! (...)

Os homens reencarnados seguem sempre em frente, em processo inexorável da conquista de novos conhecimentos. Os e-mails, pelos mistérios tecnológicos da informática, cujas leis nem todos dominam ou compreendem, nos aproximam de fato, e instantaneamente, de quem está do outro lado do mundo! Estamos também, portanto, e indiscutivelmente, regidos por leis outras, - simples! - mas ainda por vir ao esclarecimento pleno desta mesma ciência, distantes somente por pensamento de quem nos considera importantes e amados, a partir das dimensões da vida adjacentes à materialidade terrena!

Um clique; um pensamento; um sorriso, uma flor, um por-do-sol!

Simplicidade das coisas, do modo de ser - no modo de se existir!

Eis mesmo, aí, a chave de todos os segredos - e o leve véu de Isis, para além do qual descobriremos a fórmula da mais autêntica felicidade!
LANÇAMENTO DO ROMANCE
 "OS ANJOS NÃO VIVEM DISTANTES"
Pelo espírito Iohan

 - Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro - 2013 -


domingo, 25 de agosto de 2013

DO RECEBIMENTO DOS ROMANCES ESPÍRITAS


mediunidade
Enquanto conversava com pessoa próxima sobre o conteúdo do nosso novo livro, Os Anjos Não Vivem Distantes, da autoria do espírito Iohan, a ser lançado na Bienal Internacional, que este ano será no Rio de Janeiro, ouvi o comentário que nem é tão incomum:

- Ah, mas esse tipo de coisa não acontecia mesmo no século XVIII! As mocinhas eram mais recatadas!... - se referindo ao teor da história, passado na Inglaterra daquele século findo, onde o espírito autor viveu um romance complicado com jovem de família em relação à qual surgiram múltiplos dramas para que conseguisse, a contento, realizar o seu sonho de amor. Mas não avanço nas considerações para não estragar, aos que porventura venham a ler a obra, a surpresa do desenvolvimento do conteúdo.

A pessoa em questão se detinha, ferrenha, numa idéia equivocada de que, justo naqueles tempos, nos quais as sociedades européias viviam metidas, por sob um verniz falso de moralidade, nos mais escandalosos desvios morais, as jovens não passavam pelo drama, comum a todas as épocas, dos envolvimentos amorosos malogrados por interesses familiares, sociais ou materiais; com os revezes dos casos de gravidez indesejada e suas consequências. Naturalmente, precisamos de uma pesquisa de época, de contexto, na qual confirmaremos diversificados exemplos históricos, seja na existência das rodas de bebês indigentes nas instituições religiosas, ou nos dramas passionais seculares dos casamentos de interesse, ou sedimentados sobre tradições rigorosas de aristocracia ou de estirpe! Mas, para o leitor porventura desinformado destas nuances, resta-lhe se basear em concepções nem sempre exatas, para avaliação de todos estes detalhes. E assim, vi-me forçada a, outra vez, lembrar à aludida interlocutora:

- Não fui eu a autora da história! O espírito autor do livro fala de suas próprias vivências! Os esclarecimentos neste sentido, portanto, todos, procedem de sua própria experiência, porque eu, médium, somente as transmito, como mero canal!...

Mas, em várias vezes, de nada adiantam esses esclarecimentos, porque o ouvinte, firmado na sua percepção equivocada, se dirige ao médium como se fora ele o autor do caso que ele quer questionar, e a quem, portanto, julga caber as críticas e as reclamações! Eventualidade, ademais, comum a quem rodeia médiuns em nível de intimidade familiar ou social, que lhes propicia dirigir suas perplexidades a respeito da obra diretamente ao seu canal, diferente de como ocorre aos demais, que, distanciados pela formaldade do desconhecimento pessoal, talvez que se situem em posição mais privilegiada de diálogo, por causa da ausência do envolvimento maior com o produtor do livro, nem sempre oportuno, no sentido de se conseguir esclarecer melhor a estes, devidamente, qual o papel, de fato, do que intermedia as histórias de autores, mentores ou amigos desencarnados!

O médium, portanto, amigo leitor, no caso do romance psicografado, nada mais faz que receber, em estado de transe parcial ou total, o relato da história oferecida pelo autor real, habitante do lado de lá da vida! Em Kardec, temos o ensinamento de que para este tipo de trabalho a espiritualidade seleciona, natural e preferencialmente, visando as facilidades de fluxo da iniciativa, alguém com bom domínio de vocabulário do idioma pelo qual o livro será veiculado. Nesta especialidade literária espírita, portanto, diferente do que ocorre nas obras doutrinárias, o conteúdo, de teor sempre espiritualista, atende ao recurso didático da novela. Usa as ferramentas artísticas do estilo verbal particular de cada um, e nos transmite as mesmas lições da Doutrina, pelo veículo agradável das histórias humanas de variadas procedências e épocas, sempre inéditas, de vez que para cada indivíduo ocorrem os efeitos das leis de ação e reação, dos vínculos cármicos, e das reencarnações sucessivas de almas aliadas, ou adversas entre si, de forma sempre exclusiva!

Podemos, pois, assistir a um filme no cinema, ou ler uma obra de nossa predileção, de enredo fictício ou verídico. Em ambos, contudo, se de boa lavra, indiscutível que extrairemos lições proveitosas para os nossos próprios percursos: as razões evidentes dos sofrimentos dos que elegem o caminho do mal provocado contra os seus semelhantes; os dramas entre famílias ou em ambientes profissionais, ou o principal: a sublimidade dos vínculos amorosos indestrutíveis, tecidos através das eras! Eis, aí, o valor real das narrativas que de boa vontade nos oferecem os amigos da espiritualidade - e ao que, preferencialmente, devemos nos ater!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

LANÇAMENTO DE LIVRO: OS ANJOS NÃO VIVEM DISTANTES






 



Convidamos para a tarde de lançamento de nossa nova obra psicografada, na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro;


 OS ANJOS NÃO VIVEM DISTANTES,


 de autoria do espírito IOHAN (autor de Sonata ao Amor)

psicografia de Christina Nunes,

pela Lúmen Editorial


 
 

Nos cenários da Londres do século XVIII, o espírito autor é professor de música e um virtuoso violinista, compartilhando com elos de reencarnações anteriores dramas intensos e segredos familiares. Na trama, é narrada a história de Rachel, jovem orfanada desde a primeira infância, nos lances enevoados de um crime misterioso! E é com ela que o violinista Stephan, o jovem músico, estabelece laços tocantes de um amor destinado a se estender pela eternidade e a enfrentar os desafios cruéis das consequências combinadas dos ciúmes de Caroline, a irmã adotiva da jovem, com os desejos de vingança de Gladys, sua mãe postiça, detentora de um grave segredo - porém, sempre sob a proteção apesar de tudo leal de Paul Ashley, o pai que a adotara, no começo dos primeiros sofrimentos experimentados em sua vida!

"Os Anjos Não Vivem Distantes", de autoria do espírito Iohan, nos transmite a lição consoladora e inesquecível de que vivemos rodeados por anjos protetores, na presença daqueles com quem nos vemos eternamente vinculados pelos laços sagrados daquele amor mais autêntico, existente entre espíritos!


Ficaremos felizes com a sua visita!




BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE 2013 - de 29 de agosto a 08 de setembro


 - RioCentro - Barra da Tijuca,  Rio de Janeiro -



Tarde de autógrafos - Dia 31/08/2013 - das 15;00h às 16;30h
Pavilhão Verde, no stand da ADELER - Associação das Distribuidoras e Editoras Espíritas

À venda em todas as livrarias!


Valor: R$ 39,90


Médium psicógrafa das obras de autoria do espírito Caio Fábio Quinto, seu mentor espiritual, e de outros autores desencarnados. Dentre elas: O Pretoriano (Ed. Mundo Maior); Sob o Poder da Águia, Amparadores do Invisível, Pacto de Amor Eterno - Espírito Caio F. Quinto; Sonata ao Amor - Espírito Iohan (Lúmen Editorial). Ufóloga e colunista espírita
E-mail: meridius@superig.com.br

terça-feira, 6 de agosto de 2013

AMANHECENDO EM ELYSIUM

AMANHECENDO EM ELYSIUM


Hoje, no amanhecer de uma terça-feira, semi-desperta, reparei que ainda estava escuro. Era próximo ao horário em que minha filha começa a se movimentar para se arrumar e ir à escola. E é sempre, este momento de meia-luz da alvorada, aquele do qual guardamos com mais facilidade as recordações nítidas dos episódios de nossas andanças nas dimensões espirituais, talvez pelo estado intermediário de ligação ao corpo físico, em que nos achamos, do lado de lá, na consciência da aproximação do instante do nosso retorno, para a continuação das nossas atividades na materialidade.

De tempos em tempos, e quando menos espero, sou conduzida por meus amigos e mentores da invisibilidade a vivências inesquecíveis nestas esferas maravilhosas da vida! E, em todas as oportunidades, trata-se, estes momentos, de valiosos presentes, de cujos detalhes sou aconselhada por eles a dar conhecimento posterior a leitores e amigos, com o objetivo de oferecer noticiário útil e sempre renovado da realidade de que a existência se estende, em suas particularidades magníficas, para muito além do que os nossos acanhados sentidos físicos nos permitem alcançar durante o nosso estágio num corpo terreno.

Ainda há pouco, portanto, nesta situação de desprendimento quase total, me dei conta súbita de que amanhecia também em Elysium - a cidade das esferas espirituais da qual já demos, meu mentor, Caio Fábio Quinto, por intermédio da minha psicografia de seu livro de mesmo nome, informações detalhadas! Elysium é uma colônia das esferas espirituais adjacentes à Terra, situada, se assim podemos aludir para melhor entendimento, acima da região geográfica da Campânia italiana: uma reprodução exata, e naturalmente uma versão melhorada, das lindas colinas situadas ao sul deste país! Avista-se, portanto, naqueles cenários translúcidos, montes, colinas e elevações, a perder de vista, recobertos por vegetação ondulante enxameada de flores coloridas, de perfume inconfundível a se alastrar, junto com as lufadas suaves das brisas, por entre as moradias dos habitantes felizes desta encantadora cidade das esferas espirituais!

Pois foi ali que me descobri de repente, como se transportada para um cenário que emergia de entre as névoas, na companhia de meu querido mentor! Acomodados em assento confortável de uma varanda aprazível, na parte fronteiriça da residência que ele habita naquele lugar encantador, contemplávamos o espetáculo indescritível de um sol diamantino se elevando nos céus translúcidos, por entre nuances de um alaranjado dourado, hipnótico, se espraiando de entre o arvoredo de majestosa colina situada à grande distância do patamar privilegiado de onde descortinávamos a visão exuberante da natureza pródiga da região!

De início somente em silêncio, e como acontece em toda vivência desta qualidade transcendente, eu mal acreditava no conjunto estonteante de imagens e de sensações, difíceis de se definir com a pobreza do vocabulário terreno! O sentimento de paz e de plenitude era uma extensão natural de tudo ao derredor - desde aquela casa maravilhosa, e carregada das energias de serenidade próprias de seu morador, até à perfeição da beleza dos cenários diante de nós, e ao próprio Caio!

Como de hábito, ele vestia trajes despojados - calça e camisa folgados, de cor branca, semelhante a jovial vestuário de veraneio; o meu companheiro querido, amigo e amparador amoroso de tantas extensões de tempo desde o passado, se transfigurava à minha percepção também como uma peculiar extensão natural de todos os sentimentos elevados que experimentava em meu íntimo a respeito do lugar e da ocasião inesquecível!

Paz, felicidade, serenidade plenas! A convicção de que tudo está e irá sempre muito bem! A perfeição da regência de tudo o que vive, pulsa e se movimenta na Criação, em equilíbrio indefectível!

- "Olhe bem! Não tenha pressa ou ansiedade! Esqueça a contagem do tempo, e apenas sinta o que nos acontece, aqui e agora! - E ele olhava para mim com inesquecível expressão na fisionomia tranquila, e no brilho cristalino dos seus olhos de tonalidade azul-céu - Ouça os pássaros; sinta o perfume das brisas! - E apontava - Preste atenção nas tonalidades do tapete infindável de flores, lá, ondulando ao vento, sob o calor tênue dos primeiros raios de sol da manhã! Depois, ao voltar, querendo, escreva a respeito; servirá tanto como narração útil a quem lê, aos reencarnados, dessas maravilhas que se escondem nas extensões insuspeitadas do universo de Deus, quanto também para que fixe a recordação deste momento, lhe ajudando a nutrir o espírito de energias mais saneadas, para a continuação do seu estágio na Terra! Aqui, meu amor, é o seu lugar de origem! E é através da plenitude da sua sintonia espiritual comigo, conosco, com este lugar de outras dimensões de expressão da vida, que estaremos sempre conectados! É isto que lhe possibilita que, até o momento do seu retorno, esteja aqui periodicamente, para reabastecer e sanear os seus padrões espirituais! Como sempre é bem dito, o lar verdadeiro é onde habita o nosso coração! É pela sintonia amorosa que nos vinculamos a tudo, minha querida!..."

O diálogo mantido era mais, e de fato, sintonia espiritual, mental e emocional pura! Não distinguia propriamente palavras, e, nesta comunhão vívida entre espíritos, o que emanava de Caio para mim era, acima de tudo, imagens e sentimentos sublimes, definidos por uma linguagem inteligível apenas pelo entrelace pleno entre espíritos afins! Uma interatividade silenciosa, mas ao mesmo tempo rica de significados nítidos, fluídos, claros, embora estivessem acima e além de quaisquer conceitos verbais!

Somente paz, calma, amor, luz, e as cores mágicas dos vastos e perfumados campos circundantes!

Não posso definir pelos parâmetros terrenos quanto tempo durou o momento celestial! Talvez o tempo perfeito! O necessário e exato! E, aos poucos vi-me carinhosamente trazida de volta ao ambiente de meu lar material - repleta de júbilo e de gratidão! Feliz - mas daquela felicidade conhecida apenas numa condição de consciência alheia às vivências habituais da esfera dos reencarnados!

Quando dei por mim, abri os olhos, e vi minha filha mais nova entrando no quarto, de excelente estado de espírito, cumprimentando-me para o beijo de bom dia!

Abracei-a, mas de um jeito especial! Não sei se ela chegou a perceber. Se sim, um dia, entenderá!

"É pela sintonia amorosa que nos vinculamos a tudo, minha querida!..."

Eternamente agradecida, meu querido Caio Fábio Quinto!

domingo, 4 de agosto de 2013

ECCE FRANCISCO!...


E eis que durante uma semana no Rio de Janeiro uma maravilhosa inversão aconteceu!

Durante sete dias, o que predominou no noticiário foram informações a respeito de uma estupenda aglomeração de três milhões de pessoas ocupando toda a extensão da praia de Copacabana, dos limites da Avenida Nossa Senhora às malhas das ondas caprichosas, encharcando com espumas brancas as areias! Mas não falavam, as notícias, de assaltos, de violência, de desassossego ou insegurança, de badernas entre bêbados, e nem mesmo a respeito da agitação histórica das últimas manifestações sociais e políticas que sacudiram o país, de norte a sul nos últimos dois meses! Não! Para delicioso deleite e refrigério espiritual, desta vez, o que prevaleceu nos jornais televisivos e nas mídias da internet delineava surpreendente desafogo da habitual sobrecarga estressante de notícias de baixo padrão psíquico e emotivo, às quais as populações das grandes cidades do nosso país já se veem tão habituadas!

Em jornais, revistas, entrevistas, nos ambientes profissionais ou nas praias ou pracinhas de rua, o assunto do dia falava, antes, de uma descomunal invasão de Luz humana na zona sul do Rio de Janeiro, de sua própria natureza histórica tão turbulenta, e sempre palco simultâneo, tanto de maravilhas, quanto das mais deploráveis das nossas realidades cariocas!

Com a visita do Papa Francisco, e com a transferência necessária da missa de envio de Guaratiba para a mesma praia de Copacabana, esta invasão avassaladora de jovens peregrinos e de turistas provenientes de todas as partes do mundo e regiões do Brasil objetivava repetidos encontros, mas por uma causa de paz! E, quem melhor do que o Papa Francisco - esta mais do que bem-vinda surpresa egressa do Vaticano, em sua primeira viagem internacional desde a sua eleição - cumpriria o sublime papel de agregador de jovens e de peregrinos imbuídos na grande jornada da Fraternidade da Igreja Católica?! O novo sacerdote chefe do catolicismo que - ouso dizer! - dentre todos os seus antecessores, seja, talvez, o mais fidedigno representante daquela Mensagem genuína de Amor que nos foi presenteada pela Presença do Cristo no mundo, e também pela vida de São Francisco de Assis, o santo de quem adotou o nome para o seu ministério como chefe supremo da Igreja de Pedro, e do Vaticano, e cujo modelo cristão de conduta fora a melhor ilustração das virtudes da simplicidade e da humildade?

Para maravilhoso encantamento de todos, cristãos, católicos, seguidores ou não de filosofias ou de credos, enquanto esteve entre nós Francisco, o Papa argentino, deu a mais honesta e sincera demonstração desta religiosidade autêntica - aliás, da única válida e verdadeira, em cada um de nós! A religiosidade que brota a partir do próprio coração!

A religiosidade que unifica, que agrega, que não discrimina a partir das meras diferenças de opinião! A religiosidade que não segrega e que não humilha, por preconceitos de cor, de credo ou de raça! A quem interessa, antes, beneficiar e saciar o próximo na sua sede de pão, do corpo e do espírito, antes de se deter nas muitas, incontáveis diferenças de percepção da vida que, em última instância, menos interessam na hora decisiva de se fazer valer as atitudes em favor da qualidade da coexistência em nosso mundo! A religiosidade que esclarece à humanidade que, em verdade, os valores que prestigiam a criança e a velhice - os dois baluartes da história humana, em sua vivência sábia do passado, e nos portais para o nosso futuro - não podem ser menosprezados, em prol dos requisitos predadores e cruéis da economia e do consumo, que relegam seres humanos a meros produtos descartáveis, sob a ditadura fria da cultura do provisório e dos fatores questionáveis de eficiência! A religiosidade que brota da fonte viva do exemplo, e não da proficiência do palavrório bem ensaiado para angariar meros fiéis devotos da palavra falada, porém à míngua da atitude que vivifica!

Ecce Francisco!... Com seus gestos simples, de maleta com pertences pessoais em punho, descendo, sorridente, do avião comercial como um turista em férias, saudando a todos!

Eis Francisco - o senhor encanecido e gentil, saindo a toda hora do tapete vermelho estendido em sua honra, como se o ignorasse, para saudar circunstantes em absoluto fora do script bem traçado de autoridades e de privilegiados com a chance formal de oferecer-lhe cumprimentos e recolher-lhe as bênçãos!

Eis Francisco! Beijando bebês às dezenas nos vários trajetos realizados no Papa móvel sem vidros nas laterais, crianças estendidas pelos braços ansiosos de mães felizes e emocionadas, católicas, ou não - brancas, negras, morenas, brasileiras ou estrangeiras - sem distinguir identidades, pré-requisitos ou situação social!

Eis Francisco, no Papa móvel, acolhedor aos milhares de abraços e de presentes que lhe oferecem incansavelmente, no longo trajeto da praia de
Copacabana, até que alcance o palco gigantesco do cenário no qual, como se contrariando a sua maior vontade, estaria em seu trono, mas muito distante do povo para quem sorria, e a quem acarinhava o tempo todo, com gestos, afagos e sorrisos, como avô amoroso!

Eis Francisco! Tomando chimarrão, para pânico da rígida segurança internacional que o assessorava!

Eis Francisco, indo daqui para ali, debaixo de chuva nas noites geladas do inusual inverno carioca de 2013! Beijando idosas, acalentando cadeirantes, oferecendo esperança... agindo como pai, como irmão!...

Sem temer contato público! Buscando-o, mais que tudo! Desfrutando-o com iluminação, com alegria e felicidade incontestáveis, eis Francisco! E, ao final de uma semana de um quase inacreditável sonho bom; de dias de paz plena, há muito não vista, quase utópica... ele deixa-nos, surpresos
de nossas próprias lágrimas pela sua partida! Pelo retorno ao poderoso Vaticano de um homem em cuja hierarquia religiosa secular, provavelmente,
jamais suspeitaríamos o grandioso jorro de Luz que se espraiou em nosso país, a partir de sua presença durante esta inesquecível Jornada Mundial da Juventude!

Ecce Francisco!... O humilde, o grande e definitivo marco de simplicidade do Catolicismo dos nossos tempos! Exortando o melhor da juventude ao melhor de si! Rejeitando discriminações a gays! Deplorando, com destemor, os escândalos de estado em seus próprios domínios políticos, e bradando por modéstia e espírito de serviço entre os seus pares! Conclamando padres, bispos e sacerdotes a buscar e acolher o povo, aos mais simples, em suas necessidades ríspidas nos tempos que correm, como o fazem as mães - concitando-os a ir ao seu encontro! E eis-nos, todos, renovados, revitalizados espiritualmente - em quaisquer que sejam as nossas mais variadas expressões de Fé!

A verdadeira religião reside nos nossos corações! Assim, a Paz, o Amor, e a Fraternidade cristã, se sustentarão sempre possíveis!


Eternamente gratos, Papa Francisco! Jesus, com certeza, se rejubilou conosco, durante a sua visita!

sábado, 8 de junho de 2013

SOU ESPÍRITA, MAS...



 


Quando digo que sou Espírita, significa, antes de tudo, que sei que sou Espírito! "Espírito vivendo uma experiência corporal, e não um corpo vivendo uma experiência material", como bem já foi definido. Portanto, não faz o menor sentido sair por aí se alardeando que somos Espíritas, à moda do proselitismo religioso muitas vezes vazio de significação maior nas falas de muitos, como acontece em tantas religiões onde,  por boas razões,  o sincretismo prevalece acima dos rótulos, e especialmente no nosso país.

Já ouvi em mais de uma oportunidade este tipo de afirmação curiosa: "Sou católico, ou isso ou aquilo... mas acredito, também, nisso ou naquilo..." Existe, sub-reptícia, a necessidade psicológica de, supostamente, se devotar fidelidade a esta ou aquela religião por intermédio destas declarações; todavia, implícita também nestas assertivas prevalece, cristalina, a afirmação de que uma realidade muito maior se impõe, para além do que os rótulos institucionalizados condicionaram o ser humano a crer!

Como não há outro jeito para a mentalidade medianamente honesta que não reconhecer que muitas manifestações situadas para além dos esclarecimentos dos postulados religiosos proliferam por aí sem pedir licença a crenças, descrenças ou convicções individuais sustentadas não mais que por fidelidade às tradições de religiosidade adquiridas através de influências familiares ou outras, de igual peso, das quais é difícil prescindir em muitas situações sem declarar confronto aberto contra entes queridos, ou, quando não, sem criar impasses desgastantes nestes mesmos ambientes afetivos dos quais nutrimos nosso cotidiano - resta, vez por outra,  acontecer a afirmação dúbia: "Ser, eu sou isto! (o convencional, a que não se pode trair, embora não se pare para pensar bem o porquê!) Mas também acredito naquilo!" (o não convencional a quaisquer destes condicionamentos; todavia, de existência incontestável em diversificadas oportunidades de fácil e corriqueira constatação)!

Não, meus amigos! Minha percepção, para ser coerente, antes de quaisquer considerações, para com aquilo mesmo que o Espiritismo veio revelar ao mundo, é a de que devemos afirmar que somos Espíritas contextualizando que ser Espírita é, e antes de qualquer entendimento possível com base em postulados doutrinários, ser, conscientemente, um Espírito!

Espíritos, reencarnados temporariamente nesta estação planetária, para adquirir determinada cota de aprendizado evolutivo,  para depois seguir viagem na vida real e inimaginavelmente mais ampla, situada em dimensões para além deste confinamento consciencial no qual nos vemos mergulhados no estado corpóreo! Ou começaremos a incorrer nesta mesma defasagem conceitual que distancia a muitos da sua realidade íntima mais genuína!

Dalai Lama e outros expoentes religiosos já afirmaram, com muita inspiração, que a religião melhor é a que consegue nos tornar melhores como seres humanos. Portanto, o que queremos significar, aqui, não é que o Espiritismo - rótulo religioso - detém a palavra final sobre o trajeto de cunho espiritual a ser adotado por todos. Todavia, há leis universais maiores,  que prevalecem acima dos múltiplos caminhos terrenos. Assim, com o tempo,  os avanços da ciência, que já vai convergindo em seus postulados para a concordância daquilo que de há décadas as revelações dos Espíritos desencarnados já nos noticiavam, darão consolidação às manifestações da vida que, por ora,  acontecem à revelia de explicações teóricas ou de experimentação técnica ou instrumental. E tempos também chegarão nos quais, sem precisar haver disputas ou rivalidades entre os buscadores de Deus da Terra, todos compreenderão e celebrarão, em harmonia fraterna, a realidade pura e simples de que o que nos aguarda, indistintamente, é a eterna continuidade no grande Caminho, aqui, como noutras incontáveis dimensões luminosas da Criação!


quarta-feira, 8 de maio de 2013

MEDIUNIDADE MUSICAL



MEDIUNIDADE MUSICAL


Há uns dias emerge à minha audição psíquica, com insistência, uma melodia, desconhecida, em solo de violino. Parece trilha sonora maravilhosa para o livro que venho recebendo de Iohan, um dos meus parceiros do invisível no trabalho literário espírita! Todavia, sempre prevenida para analisar sob o crivo da lógica tudo o que me acontece neste território, e apesar de o correr dos muitos anos nesta atividade ter me presenteado à fartura com manifestações maravilhosas dos prodígios dimensionais de onde habitam os nossos amigos do lado de lá, fui acompanhando, apenas, e atenta, o que acontecia, e evitei conclusões precipitadas. Poderia ser só sugestão. Veríamos!

Eu já conheço da convivência com Iohan, - aliás como é hábito recorrente de quem interage conosco a partir da invisibilidade, - que volta e meia, quando quer me instruir ou me levar a entender melhor aspectos do que acontece na convivência mediúnica, ou no modo de vida das dimensões onde vive, ele me encaminha, de forma irresistível, a leituras que julga úteis. Assim, normalmente, por aparente "acaso", dou de cara com algum livro que cai como uma luva às particularidades do período que vivencio na nossa interação.

Noutro dia, aconteceu sob as aparências espantosas de ele simplesmente "empurrar", pode-se dizer, uma obra de Victor Hugo para mim, dentro da seção de livros espíritas de uma livraria gigantesca do Rio de Janeiro. Olhando a esmo, de um impulso puxei um - mais atraída pelo autor, Victor Hugo, de quem já lera uma ou duas obras psicografadas antes. E, para minha estupefação, vi em minhas mãos um lindo livro com um violino na capa: Na Sombra e na Luz! Com o qual, depois ele explicou, quis mostrar a qualidade dos relacionamentos amorosos das oitavas dimensionais mais avançadas, através da linda história daquele professor de violino e a sua musa, no enredo da novela do nobre autor desencarnado francês!

Pois desta vez não aconteceu diferente, neste período, em que vem me ditando um livro cujo conteúdo é todo passado na estância onde habita desde a sua última passagem pela Terra, rico em detalhes encantadores a respeito do trabalho que também lá desenvolve, como músico e violinista! Nele, explana sobre a qualidade indescritível das atividades deste teor nas esferas espirituais mais avançadas. Então, em momento em que buscava, num site literário, ítens doutrinários que por verossimilhança me servissem de respaldo ao que de mais sublime ele vem oferecendo ao meu conhecimento, Iohan, gerenciando a iniciativa, atraiu minha atenção para o volume de Geziel Andrade - Os Espíritos, A Música Celeste e a Música Terrena - que, de um impulso, como se eletrizada, comprei!

Magnífica obra, a de Geziel! Recobrou minhas lembranças para algo de há muito esquecido, visto que concluí a leitura das obras principais da Codificação Espírita há tempos, valendo-me delas hoje para estudo direcionado! Porque, com a sua análise bem elaborada, isenta, Geziel nos coloca em contato direto com todas as mais importantes pesquisas de campo e anotações de Allan Kardec, contidas nas publicações de estudos nas revistas espíritas da época e em sua monumental Codificação, a respeito da influência maciça de espíritos músicos, compositores, instrumentistas, sobre médiuns sensíveis de todos os tempos!

Geziel narra-nos minuciosamente casos conhecidos de médiuns europeus de toda faixa etária que foram influenciados, sob as atenções de testemunhos isentos e de idoneidade inatacável, pelos espíritos de Mozart, Chopin, Rossini, dentre tantos outros talentos da invisibilidade que, no labor de indescritível utilidade junto aos reencarnados, deixaram composições típicas de seu estilo, de inenarrável beleza!

Acompanhamentos se produziam do nada junto ao solo de uma médium inspirada na execução de um instrumento! Páginas com composições surgiam; espíritos produziam espontaneamente marchas militares, ou ao sabor de suas preferências, na presença de testemunhas atentas, de cujas reuniões Kardec participou, assíduo, dali extraindo conclusões pautadas sob rigorosa metodologia científica na avaliação destes fenômenos!

E Geziel vai mais longe, ao asseverar ao leitor mais questionador - como eu mesma me reconheço -, e como se antecipasse nosso pensamento, que não apenas naqueles séculos já recuados tais acontecimentos surpreendentes se davam! Ainda hoje, médiuns ligados à música, ou às Artes, em todos os quadrantes do planeta, permanecem nesta simbiose prazerosa com espíritos artistas a quem frequentemente são ligados por elos afetivos, recebendo deles inspiração para composição, ou proteção durante a realização de espetáculos! Beneficiam, assim, as suas performances, e inspiram-lhes segurança para o sucesso! Cita, a exemplo, o caso da inspiração recebida por Paul Mcartney quando compôs a legendária "Yesterday"! O cantor relata que acordou assobiando a música, que aparentemente lhe saira "pronta" da mente e das mãos, ao passá-la para o papel!

São, portanto, muitos os fatos pitorescos e, sobretudo, belos, relatados no livro de Geziel Andrade - verdadeiro repositório de casuística mediúnica na área específica da Arte Musical em interação constante entre as duas esferas da vida! Resta-me, a partir disso, portanto, claro o esclarecimento que o meu próprio companheiro querido de atividades mediúnicas quis proporcionar, em meio ao trabalho único que vimos desenvolvendo há algumas semanas, durante o qual passou a repercutir com tocante beleza na minha audição psíquica o trecho melódico estranho e desconhecido, em solo de violino por vezes acompanhado de indefinível execução orquestral distante enriquecendo-lhe a harmonia perfeita, entre névoas etéreas, embora nítida!

Neste momento! Quando cheguei a questioná-lo, cheia de dúvidas sinceras, se seria, ele, o responsável pela composição, e pelo solo lindíssimo! Sem sequer me atrever, apesar da grande vontade, a tentar transcrevê-los para uma partitura, de vez que, violinista ainda precoce, com pouco mais de um ano de estudo, não disponho de segurança ou conhecimento suficiente de teoria musical para fazê-lo com segurança!

Tentei reproduzir o trecho no meu próprio violino. Pareceu-me à percepção musical ingênua, talvez, simples! Não era! Houve alguma dificuldade na alternância entre tons melódicos. Mesmo assim, sou infinitamente grata a Iohan! Pois quem sabe ele não esteja, por generosa bondade, me oferecendo ao conhecimento a sua tocante
Sonata ao Amor*?

 
*Composição de sua autoria, citada no seu livro de mesmo título, e dedicada à sua cônjuge espiritual.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

INFLUENCIAÇÃO ESPIRITUAL




Influem os Espíritos em nosso pensamento, e em nossos atos?" - Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem." (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 459.) "As almas se reúnem, obedecendo às tendências que lhes são características e à circunstância de que cada espírito tem as companhias que prefere. Missionários da Luz / André Luiz / F.C. Xavier / FEB - Capítulo 11: Intercessão.

O tema se prende a esclarecimentos sobre a influenciação espiritual, visto como se faz necessária uma compreensão mais abrangente da extensão desta realidade densamente povoada de sutilezas. Habitualmente publico artigos sobre vivências mediúnicas pessoais, e originadas em testemunhos alheios, porque é importante que, na divulgação das realidades espirituais, comentemos fatos renovados ao longo dos anos, de feição a comprovar que a presença e participação dos habitantes das esferas invisíveis é contínua e sem nenhuma cerimônia, e quer nos parecer que a Espiritualidade aprecia que assim seja, por diversificadas razões.

Uma, é a necessidade de que a humanidade reencarnada, a pulso de conviver com estes acontecimentos, adquira maturidade para discernir entre influências obsessivas ou benéficas, bem como a infinidade de nuances existentes em cada caso. Como diz André Luiz no excerto de abertura deste texto, agrupamentos espirituais se formam a partir de sintonias. Assim, fácil depreender que, de um para outro lado da vida, nada muda nos critérios pelos quais os seres se reúnem, como já nos acontece aqui, nos períodos das reencarnações. Disso vem que, também no interesse de acompanhar com sincero zelo e amizade os nossos progressos nas experiências de melhoria íntima na matéria, possuímos mais de um antigo familiar, amigo ou conhecido de outras vidas nos inspirando e auxiliando, paralelamente aos mentores encarregados de zelar pelos tutelados, por compromisso firmado antes do regresso de cada um de nós, durante todo o estágio na carne. Não obstante, percebe-se da parte do espírita imaturo a avaliação não criteriosa de certos conceitos. Uma cristalização preocupante em torno de interpretações equivocadas do assunto na Doutrina espírita.

Como consta no primeiro excerto deste artigo, afirmam os espíritos, através de Kardec, que o mundo invisível influencia os que vivem na matéria mais do que podemos imaginar. Mas há que se ter cautela com as minúcias inúmeras inerentes a esta realidade! Se na questão 469 a espiritualidade nos esclarece que evitamos da melhor forma a influenciação nociva de espíritos estacionados em estado evolutivo inferior perseverando no Bem, todavia, e embora a grande verdade contida nesta orientação, devemos evitar a percepção errônea de se enxergar má influenciação espiritual em qualquer exemplo de companhia espiritual por vezes bem-intencionada, apenas porque não se enquadra, aquela vivência, ao que ingenuamente se concebe como a assistência digna de nota dos anjos aureolados de luz - almas de grande estatura evolutiva! - que, de fato, se ocupam em auxiliar a humanidade em seus sofrimentos mais graves.
 
Assevera Rodolfo Calligaris, "pensar é vibrar, é entrar em relação com o Universo espiritual que nos envolve, e, conforme a espécie das emissões mentais de cada ser, elementos similares se lhe imanizarão, acentuando-lhe as disposições e cooperando com ele em seus esforços ascensionais ou em suas quedas e deslizes" (Páginas de Espiritismo Cristão, FEB, cap. 53). Assim, na hierarquia das sintonias espirituais de cada momento, contaremos com aqueles amigos do mundo invisível que nos apoiam e incentivam nas menores quanto maiores iniciativas de valor, e de molde a nos encaminhar a um estado autêntico de felicidade. Haverá o mentor espiritual constante na sua permanência ao nosso lado, nos inspirando e amparando nos momentos mais críticos da caminhada, quanto também o parente de vidas passadas de coração bondoso, a nos incentivar nas pequenas minúcias benéficas do cotidiano. Uma antiga mãe, irmão ou cônjuge.
 
Opinam, portanto! Participam de nossas atividades; dão seus pareceres - sempre respeitando o nosso livre arbítrio, note-se! Mas, sintonizados por simpatia para com nossos gostos e sentimentos, haverão de nos encaminhar a alguma circunstância pequena que nos ofereça satisfação ou renovação de ânimo num instante depressivo. Nos acalentarão e dirão palavras de reconforto em instantes de tristezas de ordem familiar, talvez nos antecipando a iminência de algum acontecimento feliz para breve, que nos felicitará sobremaneira na resolução de algum desafio, para o qual possuem vistas de cima, no conjunto das circunstâncias.

Amigos, sim! Solidários, bondosos, benfeitores - não necessariamente os ditos "Espíritos Superiores" constantes da segunda ordem da classificação Kardequiana, antecipando apenas aos Espíritos Puros em hierarquia - mas compondo as classes extensas dos Espíritos Benévolos da quinta, de Sabedoria, da terceira, ou Sábios, da quarta! Ou ainda, como dito, antigas e grandes afinidades espirituais que só nos querem o bem, e nos auxiliam na medida de suas possibilidades reais, como acontece com as falanges médicas amparadoras sob as égides de Bezerra de Menezes ou do doutor Frederick Von Stein!

Nunca, porém, podem estes espíritos, envolvidos com as nossas minúcias cotidianas, ser classificados como espíritos inferiores ou obsessores, dado que o que distingue, ainda e sempre, a qualidade benéfica dos espíritos haverá de ser as intenções e benefícios decorrentes de suas participações nos nossos roteiros!

Discorro sobre o assunto também como esclarecimento aos fatos narrados em textos anteriores sobre a atuação de meus mentores, guias particulares e trabalhadores em parceria mediúnica na autoria de nossas obras psicografadas. Pois já houve da parte de leitores imaturos a visão equivocada de, por ocasionalmente um deles exercer influência tida talvez como pueril em detalhes da rotina de meus dias, serem quase taxados depreciativamente como obsessores ou espíritos inferiores!
 
Amigos! Assim como nós mesmos, a um só tempo, somos todo um universo amalgamado de preferências, do colorido vívido das escolhas e decisões, das de maior a menor importância, participando e sem sentir influindo de modo significativo nas vidas de nossos circunstantes com gostos, tendências e opiniões, devemos entender, por amor da verdade e da justiça, que esses que nos assistem a partir do mundo maior maravilhoso e nossa autêntica morada prosseguem sendo simplesmente o que são, nesta troca intensa que generosamente estabelecem conosco a partir da invisibilidade, para enriquecer os nossos percursos com a sua energia própria, luminosa e cheia de benefícios de opinião a nosso favor!

Se, portanto, aceitamos ouvir o conselho de uma amiga ou avó nos nossos afazeres culinários, porque considerar inferior a influência da irmãzinha de outra vida que, num momento solitário de fim de semana em casa, nos sugere a colocar talvez menos sal num prato que preparamos com certa invigilância, em prol da saúde dos nossos entes queridos? Por que se alardear que o espírito de um músico clássico que nos acompanha, e conosco forma parceria literária amorosa em prol da divulgação das novidades da vida nas esferas espirituais não é tão "superior" quanto um Espírito Puro, obviamente empenhado em responsabilidades de maior vulto para com a humanidade, apenas porque ele sugeriu à sua médium a loja certa para a compra de um colar delicado, para mimo de uma vaidade discreta que, ela mesma em si, não representa, em absoluto, pecado ou defeito de caráter nenhum?

Toda a Criação, com as suas campinas floridas, oceanos caudalosos e montanhas majestosas é demonstração pródiga da grande vaidade divina em perpetuar suas maravilhas! Vaidade que se manifesta de maneira digna e discreta em prol do belo, em nós quanto no mundo, portanto, em tempo algum haverá de ser razão de condenação a quem quer que seja!

Não se conceberá que, noutros momentos, estes mesmos espíritos estarão também em ações de auxílio maiores que, se não vêm a público, é que se dão dentro do dever maior de anonimato de todo praticante da caridade genuína, que conhece que alardear grandes feitos junto ao sofrimento alheio, isso sim, é engano lastimável de quem pretende se elevar à categoria espiritual dos iluminados, dos justos?!

Fica a reflexão.